CBF anuncia gigante de alimentos como sua nova patrocinadora
Do UOL, em Goiânia
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Pedro Ivo Almeida/UOL
Marin e Del Nero na apresentação do acordo com a GOL; gestão atual trocou novo contrato de Teixeira
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou, nesta segunda-feira, que a empresa BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, entre outras, é sua nova patrocinadora. A gigante do ramo alimentício entra na vaga que até pouco tempo era ocupada pela Seara, do grupo Marfrig.
A nota oficial divulgada no site da entidade não indica o motivo da troca. Na semana passada, no entanto, a coluna do jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, já havia divulgado o rompimento com a Seara. Segundo ele, o motivo foi a falta de pagamentos da empresa, que também investe na Copa do Mundo de 2014.
A Marfrig, de fato, passava por dificuldades financeiras, segundo a Folha de S. Paulo. Nesta segunda-feira, a empresa confirmou a venda da marca Seara para o grupo JBS, que opera nos Estados Unidos e no México e é o líder mundial em produção de carne bovina. Segundo o jornal, a dívida do Marfrig chegou a R$ 13 bilhões no primeiro trimestre deste ano.
Com isso, a Seara abriu a espaço para que a concorrente Sadia estampe sua marca nos uniformes de treino da seleção brasileira. A BRF, segundo a CBF, ainda terá direito de usar a marca da equipe verde-amarela em propaganda de outras de suas subsidiárias, como Perdigão e Batavo. O contrato entre as partes vai até 2022 e já valerá para a Copa das Confederações.
"A CBF ganha um grande parceiro, uma empresa campeã, de excelência comprovada, com seus produtos reconhecidamente apreciados pelos brasileiros. Todos nós da Confederação Brasileira estamos felizes com essa nova parceria", disse José Maria Marin, presidente da CBF, em comunicado divulgado à imprensa.
"Estamos muito felizes com essa parceria com a CBF, entidade que carrega o nome do Brasil mundo afora. A marca Sadia, pela sua aqui e em diversos mercados, foi escolhida para representar a BRF", disse José Antonio Fay, no mesmo documento.
Essa é a segunda mudança de patrocinador da gestão Marin em relação à era Ricardo Teixeira. O contrato com a Seara foi fechado pelo ex-presidente da CBF em 2010, e valia inicialmente até o fim de 2014.
O primeiro rompimento foi um pouco mais traumático. No início deste ano, a Folha de S. Paulo revelou que o grupo de um amigo de Ricardo Teixeira, Walter Abrahão, poderia ser beneficiado com o acordo entre a CBF e a TAM, que poderia depositar o pagamento mensal nas contas de quatro empresas de turismo do aliado do cartola.
A companhia aérea decidiu, então romper o acordo de forma unilateral. Meses depois, a CBF anunciou uma parceria com a GOL, oficializada às pressas no dia da convocação da seleção brasileira para a Copa das Confederações, justamente para abafar a polêmica anterior.