Marin não conquista apoio de petistas no Sul e se consola com foto de Ronaldo
Ricardo Perrone
Do UOL, em Porto Alegre
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Leandro Moraes/UOL
Presidente da CBF se encontrou com ex-jogador Ronaldo na Arena Grêmio
O amistoso entre Brasil e França deixou José Maria Marin perto de importantes políticos do PT, mas o jogo terminou com o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda distante de abrir um caminho que o leve a Dilma Rousseff.
Sem um acordo com governistas na bagagem, o dirigente pelo menos saiu da Arena Grêmio com uma foto ao lado de Ronaldo. Casualmente, os dois se encontraram no estádio. Foi o primeiro encontro público desde que o ex-jogador deu entrevista criticando o presidente da confederação.
Antes da partida, Marin foi recebido pelo governador do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro, no Palácio Piratini, ao lado de 13 presidentes de federações. O evento foi mais uma demonstração de como políticos de alta patente no PT guardam distância do cartola.
Indagado pelo UOL Esporte, o governador negou que esteja disposto a ser o elo entre Marin e Dilma. "Não tem nada a ver. Eu não me envolvo nas relações da União com entidades privadas. O que aconteceu aqui foi só um encontro institucional. O Governo do Estado se relaciona com entidades em determinados eventos que acontecem aqui, como a seleção".
Genro deixou o local do almoço antes de Marin. Assim, não apareceu em público com o dirigente.
Já no estádio, Marin teve um encontro casual com Maria do Rosário, ministra da Secretaria dos Direitos Humanos e petista. À reportagem, ela negou que tenha havido uma aproximação com Marin, criticado por sua relação com o regime militar, acusado de incontáveis violações aos direitos humanos.
"E nem haveria motivo para isso [aproximação]. Quando encontrei o governador, ele (Marin) estava junto. Só isso", afirmou a ministra.
Apesar da agitada agenda, o presidente da CBF negou que tenha aproveitado o domingo para tentar construir uma relação com a cúpula do PT. "Não estou interessado em fazer política nesse momento. O que interessa agora é a seleção ganhar a Copa das Confederações", afirmou ele, que deixou o estádio comemorando a vitória sobre a França como se fosse jogo de Copa do Mundo.