Rivais na corrida pela CBF usam jogo da seleção para fazer política

Ricardo Perrone

Do UOL, em Porto Alegre

  • Ricardo Stuckert/UOL

    Na semana passada, Marin aproveitou o amistoso no Maracanã para posar com tucanos influentes

    Na semana passada, Marin aproveitou o amistoso no Maracanã para posar com tucanos influentes

Adversários políticos na corrida eleitoral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin e Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol, vão aproveitar a passagem da seleção por Porto Alegre para fazer política. Enquanto o atual mandatário da entidade nacional deve almoçar com lideranças petistas, o cartola gaúcho reunirá aliados em uma viagem pelo interior de seu Estado.

No meio de tudo isso está o amistoso entre Brasil e França, que será disputado no próximo domingo na Arena Grêmio.

José Maria Marin, distante de Dilma Rousseff, terá a oportunidade de se reunir com gente de peso do PT.  Ele foi convidado pelo governador do Rio Grande do Sul, o petista Tarso Genro, para almoçar no Palácio do Piratini, sede do governo gaúcho. O prefeito da cidade, José Fortunati (PDT), também está na lista de convidados.

O encontro ocorre justamente no momento em que Marin tenta desmentir seu isolamento político, principalmente por conta da rejeição de Dilma a ele. No Governo gaúcho, no entanto, ele não é tratado como presença central do almoço.

O convite é visto como uma formalidade extensiva a outras personalidades envolvidas com o amistoso. Entre elas está o próprio Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha, e opositor de Marin e Marco Polo Del Nero.

Enquanto o dirigente da CBF planeja chegar em cima da hora ao almoço em Porto Alegre, Novelletto aproveita muito mais o fim de semana. Ele convidou todos os presidentes de federações a ir a Porto Alegre e à serra gaúcha.

"Não estou pagando passagem, só hospedagem. E não é um encontro para discutir eleição na CBF. Em 2005, fiz um convite semelhante, mas Ricardo Teixeira disse que eu só poderia trazer dirigente da região Sul. Agora, ninguém me proibiu e estou me redimindo", disse ele. 

José Maria Marin, presidente da CBF
José Maria Marin, presidente da CBF

As federações de Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Maranhão, Ceará, Amazônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pernambuco aceitaram o convite. A maioria dos presidentes dessas federações é considerada alinhada com Marco Polo Del Nero, candidato de Marin no pleito da CBF, marcado para o primeiro semestre do ano que vem.

Das federações que aceitaram o convite, Paraná e Minas Gerais são as mais próximas do cartola gaúcho. Apesar de não votar em Del Nero, Novelletto não declarou publicamente apoio ao lançamento de Andrés Sanchez como nome da oposição.

Reverter a vantagem construída pela dupla formada pelo dirigente da CBF e pelo presidente da FPF é uma tarefa tão árdua para ele quanto a missão de Marin de se aproximar de Dilma Rousseff. Neste domingo, pelo menos, o dirigente de confederação terá a oportunidade de aparecer na foto com um figurão do partido.

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