Com obras atrasadas, estádios da Copa são foco de "Big Brother" de Comitê Organizador

Paulo Passos e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Júlio César Guimarães/UOL

    Comitê Organizador Local da Copa tem sala dedicada ao monitoramento de estádios

    Comitê Organizador Local da Copa tem sala dedicada ao monitoramento de estádios

Se as obras nos estádios da Copa do Mundo não andam no ritmo planejado, não é por falta de monitoramento ou fiscalização. Enquanto operários correm para cumprir e concluir a tempo dez das 12 arenas que serão usadas no torneio, membros do COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo) acompanham, em tempo real e 24 horas por dia, a adequação de cada um dos locais de jogos do Mundial de 2014 e também da Copa das Confederações.

De uma sala isolada na sede do comitê, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, um verdadeiro "Big Brother" monitora constantemente a situação de todos os estádios dos torneios, inclusive aqueles que já estão prontos (Castelão, em Fortaleza, e Mineirão, em Belo Horizonte). Por meio de câmeras instaladas nos canteiros de obra das arenas, esse "grande irmão" vê ao vivo como anda a plantação dos gramados, instalação das arquibancadas ou mesmo das novas coberturas dos estádios escolhidos para receber partidas do Mundial.

Todas as imagens captadas pelas câmeras estão disponíveis e podem ser exibidas a qualquer momento quatro telas posicionadas uma ao lado da outra dentro de uma sala dedicada só ao monitoramento dos estádios. Com um programa de computador, técnicos do COL podem aproximar imagens e até buscar detalhes das construções para terem uma noção quase que exata do estágio de cada obra.

Todas essas informações ajudam o COL a planejar a operação de cada estádio para a Copa e a Copa das Confederações. Junto com fotos aéreas e relatórios quinzenais das construções, o comitê elabora seu planejamento para a segurança, mobilidade, chegada de autoridades e outras ações necessárias para os torneios.

Esse planejamento também é definido na sede do COL, uma espécie de "quartel general" da organização do Mundial de 2014 montado no Rio de Janeiro.

O COL fica em uma tenda de mil metros quadrados instalada no estacionamento do Riocentro, um centro de convenções. Apesar de a estrutura ser temporária, ela conta com controle rigoroso para entrada de visitantes, seis salas para reuniões, refeitório e dois grandes salões onde funcionários trabalham de forma coordenada.

O COL mudou-se para essa tenda em agosto do ano passado. Saiu de algumas salas de um conjunto empresarial justamente para que seus cerca de 150 funcionários pudessem ocupar um só espaço. "É bom ver todo mundo junto", disse o diretor de operações do comitê, Ricardo Trade, em entrevista ao UOL.

Trade recebeu a reportagem na sede do órgão na semana passada. Disse que até o final de fevereiro o COL deve se mudar para um espaço dentro do Riocentro, o qual está sendo reformado justamente para receber o comitê. "Lá, vamos ter salas mais espaçosas", disse. "Vamos montar até um campo de futebol sintético para os funcionários baterem uma bola."

O monitoramento dos estádios, porém, deve manter o mesmo esquema. Hoje, nove estádios têm obras atrasadas quando verificado o planejamento original, divulgado em 2010. Trade, no entanto, garante que todos estarão prontos a tempo. "Pode até faltar uma coisa ou outra, mas vai funcionar."

ENTREVISTA COM RICARDO TRADE, DIRETOR DO COL

  • Júlio César Guimarães/UOL

    Acumulando os cargos de diretor de operações e CEO do COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Trade se define como uma pessoa positiva e otimista. Responsável pela operação do Mundial, o primeiro a ser disputado no Brasil em 64 anos, ele acredita no sucesso da empreitada, mesmo que sem o brilho desejado. "Vai estar pronto? Vai. Esquece isso, os estádios irão estar prontos. Vai faltar uma pintura na calçada, pode até faltar. Pode até faltar uma coisa ou outra, mas vai funcionar", afirmou o executivo em entrevista ao UOL Esporte.

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