Faltando menos de 500 dias para a Copa do Mundo de 2014, as obras nos estádios do torneio se encaminham para sua fase final. Isso não significa, porém, que a preocupação com o andamento das reformas ou construções esteja diminuindo. Muito pelo contrário.

É justamente no final da preparação das arenas para a Copa ou a Copa das Confederações que começa uma das partes mais complexas das obras: a instalação da cobertura. Ciente disso, o COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo) determinou o início de um monitoramento específico sobre o assunto a fim de garantir que tudo esteja pronto a tempo.

De 15 em 15 dias, uma consultoria contratada pelo comitê entrega um relatório sobre o andamento de todos os preparativos para o Mundial, com ênfase nos estádios. Neste relatório, desde meados do ano passado, um capítulo é dedicado só às obras das coberturas das arenas.

Construtora responsável pela estrutura, estágio da instalação e prazos, tudo isso está no documento repassado quinzenalmente ao COL. De acordo com o diretor de operações do órgão, Ricardo Trade, são por essas informações que o comitê acompanha as obras.

"As coberturas são obras complexas. Não tínhamos estruturas como essas no Brasil", afirmou Trade, em entrevista ao UOL Esporte. "Pedimos um relatório sobre o assunto e estamos acompanhando de perto."

Os dados desses relatórios são de acesso restrito aos membros do COL. Independentemente dele, entretanto, já se sabe que a instalação de algumas coberturas, principalmente as dos estádios da Copa das Confederações, não anda conforme o cronograma de obras original.

No Maracanã, por exemplo, a instalação da estrutura deveria ter começado em meados de novembro. Atrasou pelo menos um mês. Mesmo assim, o governo do Rio de Janeiro informa que ela estará pronta até o final do mês que vem.

No estádio carioca, a cobertura será feita com uma lona especial, instalada em cima de cabos de aço suspensos e esticados sobre o estádio. O sistema é igual ao que sendo instalado no Mané Garrincha, em Brasília, e na Fonte Nova, em Salvador (veja abaixo).

Na Fonte Nova, a montagem da cobertura começou em setembro do ano passado. Não terminou ainda, apesar da promessa do governo baiano de inaugurar o estádio em dezembro.

O arquiteto Marc Duwe trabalha na Fonte Nova. Ele reconhece a complexidade da instalação da cobertura e avisa que o trabalho demanda tempo. "O trabalho tem um cronograma. Tudo é feito em etapas. Uma coisa depende da outra."

Duwe disse que, depois de quatro meses de trabalho, a cobertura da Fonte Nova está quase pronta. Sobre outros estádios, porém, ele não quis se pronunciar.

Trade, por sua, prefere manter a confiança. "As construtoras brasileira são muito competentes. Buscaram profissionais capacitados", disse ele. "Vai estar pronto."