Romário consegue 20 assinaturas para CPI da CBF no primeiro dia de requerimento

José Cruz

Do UOL, em Brasília

  • Divulgação/PSB

    O deputado Romário (à esq.) colhe a assinatura do deputado Marçal Filho (PMDB-MS) para CPI da CBF

    O deputado Romário (à esq.) colhe a assinatura do deputado Marçal Filho (PMDB-MS) para CPI da CBF

O deputado federal Romário (PSB-RJ), que formalizou nesta terça-feira (4) na Câmara dos Deputados a apresentação de requerimento para a abertura da CPI  (Comissão Parlamentar de Inquérito) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), havia conseguido 20 assinaturas no documento até o final desta tarde. Para a CPI ser aberta, 171 deputados devem assinar o requerimento.

Ele quer que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) seja instalada no Congresso Nacional até o início da Copa das Confederações no Brasil, em junho de 2013.

A primeira assinatura foi do deputado Marçal Filho (PMDB-MS), que presidia a sessão legislativa desta tarde, em Brasília, no momento em que Romário discursou sobre o assunto. "Vou trabalhar para instalar a CPI até a abertura da Copa das Confederações", afirmou Romário. "Mas tenho os pés no chão e sei como será difícil, pois inicialmente concorro com outras nove CPIs que aguardam aprovação e instalação", disse o deputado.

Indagado sobre a possível atuação contrária da Bancada da Bola - grupo de parlamentares que defendem os interesses da CBF no Congresso Nacional - Romário disse estar tranquilo. "Não temo a reação contrária de meus companheiros parlamentares. Eles fazem o papel deles e eu faço o meu. Quem achar que essa proposta tem interesse popular, com certeza assinará o requerimento".


Apoios

Quando saiu do plenário, Romário começou a pedir assinaturas aos colegas parlamentares que encontrava pelos movimentados corredores do Congresso Nacional. De alguns obteve apoio imediato. De outros ouviu um "deixe eu ler com mais calma".

"Se a CPI não sair não me sentirei perdedor. Mas o Parlamento perderá, o Brasil perderá, os torcedores perderão, infelizmente, porque é preciso tornar transparente a gestão de uma entidade, a CBF, que cuida de um patrimônio muito importante para todos, a Seleção Brasileira", afirmou o deputado.

A principal argumentação está nas denúncias de irregularidades envolvendo a entidade maior do futebol brasileiro. "Não é de hoje que a atuação administrativa e comercial da CBF vem sendo alvo de denúncias e revelações que em nada se coadunam com os princípios que devem reger o Sistema Nacional do Desporto, tais como a moralidade administrativa e a transparência financeira e administrativa", afirma Romário na justificativa do pedido de CPI.

"Notícias recentes, divulgadas nos meios de comunicação, dão conta de que a CBF tem sido utilizada como instrumento para beneficiar seus gestores e terceiros a eles relacionados, mediante recebimento de valores de patrocínios que deveriam ser aplicados na realização de suas finalidades". Romário  também citou artigos da Lei Pelé para fundamentar o pedido de CPI.

Entre as denúncias apresentadas por Romário está um patrocínio de R$ 7 milhões da TAM para a CBF que estaria sendo desviado para empresas ligadas a laranjas de Ricardo Teixeira. O cartola também estaria recebendo R$ 150 mil como consultor, mesmo depois de ter sido substituído na CBF. A contratação teria sido feita pelo atual presidente, que também aumentou o próprio salário e o de toda a diretoria após sua eleição.

Vice

Outro argumento que fundamenta o pedido de CPI refere-se ao vice-presidente da CBF e presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Marco Polo Del Nero, que teve o nome envolvido em uma ação da Polícia Federal que busca desarticular duas organizações criminosas na semana passada.

Romário sugere uma varredura na gestão da CBF, passando por salários de seus dirigentes, investigações de denúncias de enriquecimento ilícito de seus funcionários e fraude no processo eleitoral. O pedido também traz à tona um assunto polêmico: a venda dos direitos de imagem do jogo da Seleção Brasileira com a de Portugal, na inauguração do Estádio Bezerrão, em Brasília, em 2008.

Na justificativa do pedido da CPI da CBF Romário argumenta que "a organização desportiva do país, fundada na liberdade de associação, integra o patrimônio cultural brasileiro e é considerada de elevado interesse social".

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