Homem-forte do Comitê de 2014 descarta problema com Dilma e defende Joana Havelange

Gustavo Franceschini, Pedro Ivo Almeida, Vinicius Castro e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • ANTONIO SCORZA/AFP

    Ricardo Trade é diretor executivo de operações do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014

    Ricardo Trade é diretor executivo de operações do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014

Ricardo Trade, chefe de operações do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, é, na prática, o homem mais poderoso da entidade presidida por José Maria Marin. Responsável por comandar e coordenar as ações do Mundial que acontecerá daqui a pouco menos de dois anos, ele descarta problemas com Dilma Rousseff e defende a atuação de Joana Havelange, filha de Ricardo Teixeira e uma das diretoras executivas do órgão.

"A Joana é muito boa gestora, eu vejo isso todo dia lá. Tenho uma ótima relação com ela, somos amigos. Só que como as pessoas tinham dificuldade com um parente transferem para ela", disse Ricardo Trade, em entrevista ao UOL Esporte, durante a Soccerex, feira de eventos que acontece esta semana no Rio de Janeiro. 

Com Marin dividido entre as suas funções no COL (sigla pela qual o Comitê é conhecido) e na presidência da CBF e Ronaldo e Bebeto afastado das discussões diárias, Trade é o principal gestor da entidade. É ele quem coordena as ações de todas cidades-sedes, negocia com a Fifa e tenta fazer a ponte entre dirigentes e órgãos públicos, entre outras atividades. 

Em sua palestra na Soccerex, Trade explicou um pouco de sua função e passou por cima de pontos em que o COL é criticado. Sem rebater ninguém, ressaltou que o dinheiro da entidade é privado, defendeu Joana Havelange e falou da relação que tem com o Governo Federal, citando como exemplo a ligação que recebeu na noite do último domingo de Luis Fernandes, secretário-executivo do Ministério do Esporte, com quem conversou longamente sobre a Copa por telefone. 

"Eu falei porque é verdade, aconteceu mesmo. Nós do COL somos instruídos, desde a época do Orlando Silva, que o Ministério do Esporte é o interlocutor do Governo Federal. A Dilma deve falar com o ministério dele e eles falam com a gente", explicou Trade, quando questionado pela reportagem sobre o fato de a presidente não ter recebido membros da entidade em audiência. 

Nem mesmo a menção ao conflito de interesses no qual Ronaldo está envolvido abala a confiança de Trade. O ex-jogador, membro do Conselho do COL, é patrocinado pela Claro, rival da Oi, patrocinadora do Mundial de 2014. A cervejaria Ambev, por sua vez, tem contrato tanto com a competição quanto com o Fenômeno, que ainda defende interesses de outras empresas pela 9ine, sua agência de marketing esportivo. 

"Nós não entramos em nenhuma discussão de compra nos estádios. O Ronaldo nunca me pediu nada, nenhum tipo de ajuda. Eu não vejo nenhum conflito", disse Trade. 

Em outubro, o UOL Esporte revelou que a Marfinite Arenas, empresa que é agenciada pela 9ine, conseguiu um contrato de R$ 8,5 milhões para fornecer assentos para a Arena Fonte Nova. 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos