Popularidade impede nova 'lambreta' e Damião troca malabarismo por gols contra Argentina

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

  • Leonardo Soares/UOL

    Leandro Damião acredita que os zagueiros já esperem a 'lambreta' e não cogita repetição

    Leandro Damião acredita que os zagueiros já esperem a 'lambreta' e não cogita repetição

Leandro Damião era mais um atacante, que marcava gols, mas vivia sob desconfiança os primeiros passos na seleção brasileira até o dia 14 de setembro. Na Argentina, o Superclássico das Américas de 2011 fez o centroavante do Inter tirar da cartola uma 'lambreta' que arrancou aplausos dos torcedores locais, ignorando uma das maiores rivalidades do futebol mundial. Nesta quarta-feira ele voltará ao país vizinho, mas não irá reviver o lance que o deu novo status.

A popularidade impede repetição. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Damião adiantou que não pretende reviver a 'lambreta'. "Os zagueiros já sabem como eu me comporto", disse. Mas o repertório não trará outra passagem artística por oponente. Em vez de malabarismo, gols: este é  o lema do camisa 9.

Lembre como foi a 'lambreta' de Damião contra Argentina em 2011

"Hoje todos os zagueiros já estão ligados em como eu jogo. O drible da lambreta, o jeito que eu aplico, todos estão pensando nisso quando chegam para me marcar. Então não tem como ficar fazendo toda hora. E Brasil e Argentina é um jogo importante, grandioso. Eu quero agora é fazer gols. Se tiver a chance de jogar, vou fazer", prometeu o comandante de ataque. 

LAMBRETA E DAMIÃO GANHAM FAMA

  • Jeremias Wernek/UOL Esporte

    No lançamento de seu site oficial, Leandro Damião usou uma lambreta para lembrar o drible famoso

"Não adianta ficar planejando dribles. O futebol é básico. É melhor não inventar. Não posso ficar preparando jogadas se não sei se serei titular", referiu explicando que não há surpresa pré-determinada.

O lance ocorreu aos 31 minutos do segundo tempo. Emiliano Papa foi a vítima. Damião entrou pela direita, aplicou a drible, invadiu a área e acertou a trave do goleiro Orión. O jogo terminou empatado em 0 a 0, teoricamente resultado ruim para um centroavante, mas o colorado se considerou vencedor ao fim do encontro.

"É um jogo que marcou muito para mim. Desde aquele jogo, quando pude fazer uma boa partida, ainda mais em um clássico, fiquei mais conhecido em todo lugar. Já joguei na Argentina pelo Inter, mas pela seleção é algo maior. Espero poder ajudar novamente. Não sei o time que vai jogar, mas independente disso quero ajudar nossa equipe a conseguir a vitória", disse.

A incerteza repetida por Damião se dá por dois motivos: Mano Menezes e Fred. O treinador tem formado a seleção repetidamente em uma estratégia sem centroavante de ofício. Neymar - nos últimos jogos - é o avante mais perto do gol adversário. Damião, mesmo convocado, tem sido reserva.

 Além disso, a presença do goleador do Campeonato Brasileiro na lista de chamados amplia o quadro de dúvidas. Fred voltou a ser convocado e disputa a camisa 9.

"Eu fico feliz de sempre ser lembrado. É fruto do meu trabalho. A concorrência é grande na seleção, mas vou dar continuidade. Não adianta eu me contentar com ser chamado e não estar jogando. Não vou ficar acomodado. Mas ajudar é o mais importante", referiu.

Brasil e Argentina se enfrentam em jogo de volta no Superclássico das Américas nesta quarta-feira, às 22h (horário de Brasília) em La Bombonera. No jogo de ida, 2 a 1 para o Brasil no Serra Dourada. Será a estreia do selecionado nacional no estádio do Boca Juniors.

"A pressão será grande, o estádio estará lotado, como estava o Serra Dourada. Na Argentina eles não param de cantar um momento sequer. Será um grande jogo, difícil, ainda mais por ser em La Bombonera. Mas vencemos o primeiro jogo e vamos pensar nisso para nos preparar melhor", finalizou.

Leandro Damião
Leandro Damião

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