Seis cidades do país vão sediar a Copa das Confederações no ano que vem. Cinco delas, entretanto, não terão toda a sua infraestrutura turística adequada para receber os torcedores que assistirão aos jogos do torneio: Belo Horizonte, Brasília, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.

Todas essas cidades foram incluídas no Plano de Turismo para a Copa do Mundo de 2014, divulgado na sexta-feira pelo governo federal. Devido a atrasos na elaboração do plano, no entanto, em nenhuma dessas sedes as obras programadas estarão completamente concluídas a tempo de beneficiar os turistas durante a Copa das Confederações. 

Das seis cidades-sede do torneio-teste da Fifa, só Fortaleza estará completamente adaptada. Do conjunto de ações anunciadas pelo governo federal, a capital do Ceará será beneficiada com apenas uma: melhoria na acessibilidade dos atrativos turísticos. De acordo com os prazos estabelecidos pelo próprio governo, as obras necessárias estarão concluídas em maio do ano que vem, cerca de um mês antes da Copa das Confederações, que começa em 15 de junho.

Das cinco cidades restantes, quatro não terão seus pontos turísticos adaptados para receber pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida: Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e Salvador. As melhorias ficarão prontas só em fevereiro de 2014, para o Mundial.

Belo Horizonte, além de não ter seus pontos turísticos acessíveis, também não terá implantado os centros de atendimento aos turistas a tempo de utilizá-los na Copa das Confederações. Na capital mineira, esses centros só estarão prontos para a Copa do Mundo.

Esses mesmos centros também não estarão prontos em Recife –que ainda pode ser cortada da Copa das Confederações devido a atrasos no estádio. Em compensação, a acessibilidade em pontos turísticos na capital de Pernambuco estará concluída em maio de 2013.

Planejamento

De acordo com o cronograma da preparação para a Copa do Mundo feito pelo governo logo que o Brasil foi confirmado como sede do torneio, as ações para melhoria da infraestrutura turística do país foram incluídas no chamado segundo ciclo de planejamento para o Mundial. Os investimentos citados nesse ciclo deveriam ter sido definidos no ano passado. 

Isso não ocorreu. Discussões sobre o segundo ciclo de planejamento duraram mais do que o esperado. Por isso, o Plano de Turismo da Copa foi divulgado quase dez meses após o previsto inicialmente.

Se esse atraso não tivesse existido, todas as obras do plano poderiam estar concluídas a tempo da Copa das Confederações. Isso, levando-se em conta os prazos estabelecidos pelo próprio governo para conclusão das intervenções necessárias nas sedes do torneio.

O UOL Esporte já havia informado em junho que o Tribunal de Contas da União (TCU) estava preocupado com atrasos no planejamento para a Copa do Mundo. O órgão, inclusive, havia citado a demora na definição dos investimentos em seu relatório anual de avaliação da administração do governo federal referente a 2011.

"O TCU observou um considerável atraso em relação ao planejamento traçado", informou o documento. "O TCU já alertou o Ministério do Esporte quanto ao atraso na elaboração de cada um dos ciclos estratégicos, o que pode comprometer a viabilização de ações essenciais ao início e bom andamento dos jogos."

Procurado pelo UOL, o governo, por meio do Ministério do Turismo, informou que as obras de infraestrutura turística incluídas no plano para a Copa foram planejadas para atender aos turistas do Mundial. A Copa das Confederações atrai um público menor. Mesmo assim, "os equipamentos necessários para atender a essa demanda estarão prontos na ocasião."

Ainda de acordo com o órgão, o segundo ciclo de planejamento da Copa prevê ações de duração mais rápida. Por isso, mesmo com o atraso de cerca de dez meses na divulgação do plano, "não há comprometimento no cronograma das obras essenciais para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo."