Fifa ganha isenção de R$ 559 milhões para realizar Copa do Mundo no Brasil

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • EFE/Mario Ruiz

    Presidente da Fifa, Joseph Blatter, recebeu garantia do governo sobre isenção

    Presidente da Fifa, Joseph Blatter, recebeu garantia do governo sobre isenção

A Fifa ganhou uma isenção fiscal de R$ 558,83 milhões para realizar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O valor do benefício diz respeito só a impostos federais que a entidade máxima do futebol deixou e deixará de pagar até 2015, e foi estimado pela Receita Federal.

ISENÇÕES PARA A FIFA

Ano Valor estimado
2011 R$ 24,12 mi
2012 R$ 24,12 mi
2013 R$ 55,88 mi
2014 R$ 398,82 mi
2015 R$ 55,88 mi
Total R$ 558,83 mi
  • Fonte: Receita Federal

De acordo com a Receita, a Fifa se beneficiará de isenções de oito tipos de tributos: Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e até Imposto de Renda de Pessoa Física de funcionários da entidade, entre outros.

Todos os benefícios estão previstos na Lei 12.350, de 2010, sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa mesma lei criou o programa de incentivos fiscais à construção ou reforma de estádios da Copa do Mundo, o Recopa.

O Recopa desonera a compra de materiais e a contratação de serviços usados nas obras das arenas do Mundial. Todos os 12 estádios da Copa pediram enquadramento no programa. A Receita estima uma desoneração fiscal de até R$ 329,28 milhões por meio do Recopa até 2014. Esse valor representa pouco menos de 60% do total da isenção de impostos que o governo federal dará à Fifa por causa da Copa.

Obras da Copa
Obras da Copa

A isenção de impostos à Fifa foi garantida pelo governo brasileiro em 2007, quando o país ainda era candidato a país-sede da Copa de 2014. Em maio, o presidente Lula enviou ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, um documento assumindo 11 compromissos com a entidade máxima do futebol para receber o torneio. Em outubro, o Brasil foi confirmado como sede do Mundial.

Além da garantia de isenção de impostos, o governo assumiu o compromisso de conceder vistos de entrada no país a organizadores e espectadores da Copa, dar segurança a eles, proteger as marcas da Fifa e de seus patrocinadores, entre outras coisas. Boa parte dessas medidas está prevista na Lei Geral da Copa, sancionada pela presidente Dilma Rousseff neste ano.

Com esses direitos garantidos e os benefícios fiscais aprovados, a Fifa deve realizar no Brasil a Copa do Mundo mais lucrativa da história. A entidade espera que o evento gere um faturamento de 3,8 bilhões de dólares (R$ 7,6 bilhões). Isso é 600 milhões de dólares (R$ 1,2 bilhão) a mais do que a receita gerada na Copa de 2010, na África do Sul, e quase o triplo da receita da Copa de 2006, na Alemanha.

De acordo com o balanço da Fifa referente ao ano de 2011, a Copa do Mundo de 2014 já rendeu um faturamento de cerca de R$ 1,6 bilhão para a entidade. Só de lucro a Fifa teve no ano passado aproximadamente R$ 68 milhões.

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