A conclusão das obras programadas para a Copa do Mundo de 2014 já não é mais uma condição essencial para a realização do Mundial no Brasil. O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou nesta quarta-feira que a entidade máxima do futebol já considera a possibilidade de que nem todos os procedimentos estejam prontos até o prazo final.

"Não precisamos de um país novo e nem de 100% das obras prontas até a Copa", afirmou Valcke, após participar da divulgação da tabela da Copa das Confederações, em evento no Rio de Janeiro. "Há projetos que podem ser retirados. Em Joanesburgo, na África do Sul, nós fizemos isso".

Segundo Valcke, na África do Sul, último país-sede da Copa do Mundo, a construção de um trem que ligaria Pretoria ao Aeroporto de Joanesburgo não ficou pronto a tempo. O governo africano, então, se esforçou para concluir a parte da linha que ligava o aeroporto à área hoteleira de Joanesburgo.

"Para a Copa, precisamos mesmo é dos estádios e das facilidades que vão levar os turistas para os locais de jogos e os hotéis", disse Valcke. "Isso precisa estar pronto".

Valcke anunciou também que para garantir a conclusão das obras essenciais, a Fifa vai monitorar junto com o governo o andamento da preparação para a Copa do Mundo. De acordo com o secretário da Fifa, a decisão de realizar o monitoramento conjunto foi tomada na reunião entre membros da Fifa, Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL) e representantes do governo federal em Zurique, na Suíça, no início do mês.

"A partir de agora, tudo o que for divulgado sobre o andamento das obras da Copa será feito de forma conjunta", avisou o secretário da Fifa.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, confirmou a divulgação dos balanços conjuntos da Fifa e do governo. Entretanto, ele disse que a decisão de quais obras são essenciais ou não para a realização do Mundial de 2014 cabe apenas ao governo.

"A Matriz de Responsabilidades [documento que reúne todas as obras para a Copa] é uma decisão do governo", disse Aldo. "Mas eu já disse que essas obras são para o Brasil e não para a Copa do Mundo".