29/06/2010 - 08h09

Fifa isola árbitros que erraram na Copa do Mundo e proíbe os demais de falar

Mauricio Stycer
Em Pretória (África do Sul)

A Fifa promoveu nesta terça-feira um encontro de jornalistas com os árbitros e auxiliares que estão atuando na Copa do Mundo, mas excluiu do evento os principais envolvidos em decisões polêmicas. Os que participaram foram proibidos de comentar questões técnicas, ou seja, decisões de jogo, e também de falar sobre o uso de tecnologia como ferramenta auxiliar.

Os uruguaios Jorge Larrionda e Mauricio Espinosa, árbitro e auxiliar que deixaram de anotar o gol da Inglaterra contra a Alemanha, cuja bola entrou mais de 20 centímetros, não compareceram. Também estavam ausentes os italianos Roberto Rosseti e Stefano Ayroldi, árbitro e auxiliar que validaram um gol do argentino Tevez contra o México em nítido impedimento.

O rigor na obediência das determinações da Fifa causou irritação. Cercado por dezenas de jornalistas, o chefe de arbitragem da Fifa, José María García-Aranda, se recusou a responder diversas perguntas, levando um repórter a protestar: “Não estamos na Coreia do Norte, o senhor deve ter uma opinião.”

O árbitro francês Stéphane Lannoy, que não viu o uso do braço de Luis Fabiano no lance do gol contra Costa do Marfim, foi outro que faltou ao encontro. Já seu auxiliar, Eric Dansault, falou com os jornalistas. “Não dormi depois do jogo”, disse. Dansault é contra o uso de tecnologia nas partidas de futebol. “Por mim, desligava até as televisões do hotel”.

O malinês Koman Coulibaly, que anulou um gol legítimo dos Estados Unidos contra a Eslovênia, conversou com o UOL Esporte sobre o lance. Ele disse que não houve nenhum problema de comunicação com os jogadores americanos, como Donovan disse depois da partida. “O árbitro não precisa justificar suas decisões para os jogadores”.

Coulibaly não admitiu ter cometido um erro, mas observou: “Tomamos as decisões muito rapidamente. E, como acontece com todos os seres humanos, nossas decisões sempre podem ser melhores”. Árbitro da final da Copa Africana de Nações, entre Egito e Gana, em janeiro deste ano, Coulibaly acrescentou: “Fui muito elogiado, mas revendo o jogo, acho que podia ter sido melhor”.

O árbitro suíço Massimo Busacca, muito criticado por Carlos Alberto Parreira por seu trabalho na partida entre África do Sul e Uruguai, também evitou comentar aspectos específicos do jogo, mas, tranquilo, admitiu: “Erros sempre acontecem. Somos humanos”.

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