Com jornal em português e 'maquiagem', Durban recebe jogo mais importante da sua história

Brasil e Portugal disputam nesta sexta-feira, às 11h (horário de Brasília), a quinta partida da Copa sediada em Durban, mas é como se nunca tivesse ocorrido nenhuma antes. Este é, seguramente, o jogo de futebol mais importante já realizado na história da cidade, a terceira maior da África do Sul.

Objetivamente, trata-se do confronto da seleção número um do ranking da Fifa contra a número três, com a presença de um jogador, Cristiano Ronaldo, eleito o melhor do mundo há pouco tempo. Mas há algo mais. Neste canto do mundo, à beira do Oceano Índico, os brasileiros ainda são vistos como os “Samba Boys”, donos de um talento inimitável e invejável.

Para receber este duelo histórico, a maquiagem realizada na cidade é evidente. Em artigo publicado na terça-feira no “Mercury”, o principal jornal da cidade, a atriz Charon Williams-Ross observou: “Em nome do espírito da Copa do Mundo, estou evitando fazer algumas perguntas para as quais gostaríamos muito de saber as respostas: Onde estão as crianças de rua? Para onde levaram todo o lixo? Quanto dinheiro público vocês estão gastando em soluções de curto prazo? E a pergunta mais importante: Podemos manter tudo isso depois da Copa?”

Durban abriga uma comunidade de cerca de 20 mil portugueses. Milhares de turistas brasileiros também já estão na cidade. Os ingressos para Brasil e Portugal foram um dos primeiros a esgotar. Não por acaso, o “Mercury” circulará na sexta-feira com um suplemento em português. “Uma edição souvenir”, antecipou o jornal.

Dois dias antes da partida, o policiamento nas ruas chamava a atenção. Apenas para receber a seleção brasileira, que chegou na noite quarta-feira, foram destacados mais de 20 carros e um pelotão de quase uma centena de policiais.

O excesso de turistas está causando novos tipos de problemas. Um famoso bar da cidade foi flagrado adotando uma política de preços diferenciados para turistas e moradores locais. Um mesmo chope estava saindo por 22 rands (R$ 5,50) para uns e 16 rands (R$ 4) para outros. O mais interessante é que a distorção se tornou caso de polícia e o dono do estabelecimento foi obrigado a voltar atrás, com pedidos de desculpas.

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