Torcedores norte-americanos marcam presença na África e aumentam apelo do futebol |
Uma seleção competitiva é o motor do sucesso do futebol nos Estados Unidos durante a Copa do Mundo. Tradicionalmente visto como jogo de latinos, o esporte coletivo mais praticado do mundo virou manchete de grandes jornais, atraiu celebridades, quebrou recordes de audiência e até levou norte-americanos para a África do Sul, provando que o processo de popularização pode, enfim, ter chegado ao ponto ideal.
O mais expressivo dos números é o de televisão. O aguardado encontro entre Estados Unidos e Inglaterra, na primeira rodada do Mundial, foi visto por 17 milhões de telespectadores, segundo a agência de pesquisa Nielsen, espécie de Ibope do país.
O surgimento EUA no futebol foi em 1950, ao vencer a Inglaterra
Em 1994, a geração Lalas sediou a Copa e foi bem, indo às oitavas
O melhor resultado veio em 2009; 2º na Copa das Confederações
Esta é a principal audiência da TV com a seleção desde a eliminação norte-americana na Copa do Mundo de 1994, para o Brasil. Além disso, é a quinta maior da história da modalidade, que tem como recorde a final do Mundial feminino de 1999, que aconteceu nos Estados Unidos e teve a seleção da casa como vencedora.
Os números são comparáveis aos da NBA, liga norte-americana de basquete, por exemplo. Os quatro primeiros jogos da final entre Boston Celtics e Los Angeles Lakers ficaram abaixo dos 17 milhões de espectadores.
O futebol ainda não está, no entanto, sequer próximo do Super Bowl, a final do futebol americano, que sempre gera os principais índices. Neste ano, o jogo entre New Orleans Saints e Indianapolis Colts atraiu 106,5 milhões de pessoas, a maior audiência da história da TV norte-americana.
Dos 17 milhões que viram Estados Unidos e Inglaterra, cerca de 3 milhões assistiram ao jogo pela Univision, canal voltado para a comunidade latina que faz a transmissão em espanhol. O número expressivo mostra a importância dessa fatia da população no crescimento do futebol, mas não exclui a maioria branca do país.
“Graças às mídias sociais e o reforçado acesso aos jogos e às notícias pelo mundo, a febre do ‘soccer’ atingiu a massa no país”, disse Stephen Master, vice-presidente de esportes da Nielsen, em entrevista ao Daily Finance.
Os Estados Unidos têm o maior contingente de torcedores na África do Sul. Segundo a Fifa, mais de 120 mil norte-americanos, mesmo em tempos de crise, estão acompanhando a competição no país-sede, número superior ao de países tradicionais no esporte, como Inglaterra e Alemanha.
A presença maciça pode ser explicada pelas boas expectativas que cercam o time norte-americano. No ano passado, Donovan e companhia foram vice-campeões da Copa das Confederações, eliminando a favorita Espanha na semifinal e assustando o campeão Brasil, que venceu por 3 a 2, de virada.
Brad Pitt, ator - Embaixador da campanha norte-americana para ser sede da Copa de 2018 ou 2022 |
Spike Lee, diretor - Se diz fã do futebol do Brasil |
Jon Stewart, apresentador - Jogou futebol durante a faculdade e costuma falar do esporte na televisão |
Michael Douglas, ator - Não entende as regras, mas acompanha futebol e o time norte-americano |
Kobe Bryant, jogador de basquete - Passou parte da infância na Itália, e aprendeu a gostar do jogo |
Tom Cruise, ator - É amigo pessoal de Beckham e já foi flagrado em partidas do Los Angeles Galaxy |
Will Ferrel, comediante - Pegou gosto após fazer um filme sobre o assunto, e hoje é fã do Chelsea |
Andy Roddick, tenista - Se disse revoltado após o jogo contra a Eslovênia por conta do gol anulado |
Na Copa do Mundo, a equipe comandada por Bob Bradley enfrentaria Inglaterra, Eslovênia e Argélia, com grandes chances de seguir às oitavas. Em campo, o time correspondeu e conseguiu aumentar ainda mais o frenesi em torno de sua participação.
Além de ter empatado por 1 a 1 com a Inglaterra, a seleção conseguiu recuperar-se contra a Eslovênia depois de estar perdendo por 2 a 0. Os Estados Unidos não só igualaram o marcador como poderiam ter virado se o árbitro Koman Coulibaly não tivesse anulado um gol legal de Maurice Edu a minutos do fim.
“Foi uma vergonha o que aconteceu. Ninguém sabe o porquê, e ele não deu resposta alguma. É uma injustiça. Mas não é bom para o futebol norte-americano? Agora, todo o país está apoiando a equipe”, disse Ruud Gullit, ex-jogador holandês que hoje vive nos Estados Unidos e está comentando a Copa na televisão local.
A Copa do Mundo não agrada a todo mundo. O cinema sofre com todos atentos à África do Sul, e até a indústria norte-americana é atingida pela competição mundial.
"É uma grande distração, e se o país em questão está jogando, a venda cai", diz Duncan Clark, vice da área de distribuição da gigante Universal, uma das mais afetadas.
A repercussão do erro do árbitro malinês foi mesmo animadora para os fãs de futebol. O New York Times, jornal mais influente do mundo, por exemplo, colocou a foto do gol anulado contra a Eslovênia em sua primeira página.
Após o lance, os Estados Unidos terão uma decisão contra a Argélia, na próxima quarta-feira. Se vencerem, os norte-americanos garantem vaga nas oitavas e terão a chance de igualar 2002, quando chegaram às quartas e caíram para a Alemanha.
“Para as pessoas, particularmente os americanos que estão em casa, essa animação mostra, primeiro, que eles se importam, e, segundo, que eles estão entendendo as regras e como tudo funciona”, disse o goleiro Tim Howard.
Se mantiver o ritmo, os Estados Unidos podem se preparar para mais um forte impulso em alguns anos. Os norte-americanos são candidatos a sediar a Copa do Mundo em 2018 ou 2022, contam com estrelas como Brad Pitt e Morgan Freeman como garotos-propaganda e são considerados favoritos no pleito. Inglaterra, Espanha e Portugal (com candidatura conjunta) e Austrália, entre outros, também disputam.
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