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Lippi considera que Itália não tem um grande craque, mas crescerá durante a Copa

09/06/2010 - 14h42

Sem Pirlo, Lippi diz que o forte da Itália é "o grupo"

Mauricio Stycer
Em Centurion (África do Sul)

Como em outros Mundiais, a Itália desembarcou na África do Sul sob desconfiança, principalmente porque o principal jogador da equipe, o meia Pirlo, recupera-se de contusão e está fora das duas primeiras partidas da Azzurra na Copa. “Não temos mais um craque na Itália, um jogador capaz de decidir um jogo sozinho. Mas temos um grupo muito forte, entusiasmado”, disse o técnico Marcello Lippi, no início da noite, em entrevista a duas centenas de jornalistas.

Lippi acredita que a Itália, como de hábito, crescerá ao longo da Copa. O técnico lembrou o descrédito em relação a duas seleções campeãs mundiais, a de 1982 e a de 2006: “Uma equipe quando começa o Mundial nunca tem consciência do que é capaz de fazer. Ele só ganha essa consciência ao longo do torneio”, disse. “Em 2006, não tínhamos ideia da nossa força. Ela cresceu à medida que a equipe foi conquistando vitórias”.

Sem revelar o nome do substituto de Pirlo (fala-se em Montolivo), Lippi louvou a atitude do grupo que trouxe para a sua segunda Copa seguida como técnico. “Vocês viram o entusiasmo dos garotos no treino?”, perguntou.

O técnico lamento a ausência de Pirlo e outros craques na Copa, mas fez um comentário polêmico: “É triste um Mundial sem Ballack, Drogba, Nani, Robben... Mas um jogador só, por melhor que seja, não determina o destino de uma equipe. Veja Messi. O melhor do mundo não foi suficiente para facilitar a vida da Argentina nas eliminatórias”.

Indagado sobre as diferenças entre as seleções de 2006 e esta, Lippi foi irônico. “Em 2006, no embarque para a Alemanha, havia apenas um torcedor com uma faixa de apoio. E era um amigo meu. Este ano, havia quase mil torcedores nos dando apoio”. O técnico disse que, em relação à conquista passada, não repetiria uma coisa, caso volte a ser campeão: “Desfilar em carro aberto”. Foi uma referência ao uso político feito na comemoração da Copa de 2006.

Antes da entrevista, o presidente da Federação Italiana de Futebol, Giancarlo Abete, visitou o campo de treino da seleção e deu uma entrevista descontraída aos jornalistas que o cercaram. Abete antecipou o discurso que Lippi faria uma hora depois na entrevista: “Não temos o melhor jogador do mundo, mas temos um grupo de ótimos profissionais”.

A Itália estreia na Copa no próximo dia 14, contra o Paraguai, na Cidade do Cabo.


 

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