05/06/2010 - 05h01

Brasileiros usam Copa como trampolim para times de ponta e melhores negócios

Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)*

A Copa do Mundo pode ser decisiva para o futuro de alguns jogadores do Brasil de Dunga. Não “apenas” pela oportunidade de conquistar o título mais cobiçado entre as seleções, mas também para atrair olhares de clubes de ponta da Europa e assegurar melhores transferências no mercado do Velho Continente, mais aquecido a cada dia.

BRASILEIROS 'AQUECEM' MERCADO

  • EFE

    Desde 2005 no espanhol Sevilla, Luis Fabiano já despertou o interesse dos poderosos Milan e Chelsea

  • AP

    Após ganhar três títulos pela Inter de Milão, Maicon é um dos jogadores mais valorizados da seleção

Alguns titulares da seleção brasileira fazem parte do segundo escalão dos clubes europeus e não escondem o desejo de conseguir uma vaga em um time de primeiro nível. São os casos de Elano, do turco Galatasaray, de Luís Fabiano, do Sevilla, e de Michel Bastos, atualmente no Lyon. O reserva Nilmar, do pequeno Villarreal, tem aspirações parecidas.

Luís Fabiano, por exemplo, sempre admitiu a vontade de atuar pelo Milan quando os italianos se interessaram por seu futebol. No entanto, para evitar problemas com o Sevilla e não comprometer sua caminhada até a Copa, decidiu esperar. Agora, vê no próprio Mundial uma chance de ganhar no mercado internacional o destaque que já tem com a camisa verde e amarela.

“Sobre transferência não quero falar agora, quero pensar na seleção. O certo é que tenho mais um ano de contrato. O Sevilla já pensa em me vender, então  existe uma possibilidade de sair”, limitou-se a dizer o camisa 9, sinalizando sua vontade de mudar de ares.

Michel Bastos foi ainda mais enfático. Elogiou o Lyon, mas revelou o que planeja. “Estou num clube que mais uma vez disputará a Liga dos Campeões e que me dá a oportunidade de enfrentar jogadores de alto nível, mas lógico que é minha intenção ir para um clube de maior expressão se tiver a oportunidade.”

Doni e Júlio Baptista engrossam a lista de jogadores prestes a mudarem de clube. A dupla da Roma já escutou o técnico Claudio Ranieri avisar que ambos estão liberados para negociar. O goleiro teve um desentendimento com o técnico e com a diretoria por preterir o clube quando foi chamado pela seleção. Acabou na reserva. E Júlio Baptista já estuda propostas de espanhóis e ingleses.

“Quanto a clube não quero tocar no assunto. Tive problemas lá e agora prefiro pensar só na seleção e na Copa”, esquivou-se Doni na entrevista coletiva concedida já em Johanesburgo.

Até quem está em uma equipe de ponta vê a Copa como um importante trampolim. É o caso de Maicon, um dos jogadores mais valorizados do atual grupo da seleção. Multicampeão pela Inter na última temporada, ele revelou ao jornal espanhol As o desejo de defender o Real Madrid. Quer seguir os passos do técnico José Mourinho, que trocou Milão pela capital espanhola.

“Quero jogar no Real Madrid, para mim seria uma honra estar lá, porque já disse que seria uma grande oportunidade em minha carreira. Não tenho nada com o Manchester City. Deixarei muito claro para não haver mal entendidos: quero jogar no Real Madrid e não desejo ir para o Manchester City”, declarou o lateral.

Neste sábado, na África do Sul, Maicon afirmou que sua declaração foi mal interpretada pelo diário espanhol. "A única coisa que falei é que, se houvesse uma proposta para eu sair da Inter e eu pudesse sair, gostaria que fosse para o Real Madrid. Mas não quero sair da Inter, só se o presidente quiser."

A prioridade dos brasileiros na Copa do Mundo, obviamente, é conquistar o hexa no dia 11 de julho, poder comemorar o título mais importante do futebol mundial. Mas o caneco também representa valorização no mercado. E ninguém dispensa essa ajuda.

*Atualizada às 9h36

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