31/05/2010 - 11h08

Adidas rebate críticas e deve contar com 'força-tarefa' para elogiar Jabulani

Do UOL Esporte
Em São Paulo
A Copa do Mundo ainda nem começou, e a primeira grande polêmica já está instaurada. No meio do furacão está a empresa de material esportivo Adidas, fabricante da Jabulani, bola que será usada no Mundial e que vem sendo alvo de duras críticas por parte de jogadores de diversas nacionalidades, principalmente dos brasileiros.

Nesta segunda-feira, Felipe Melo foi o último a ironizar a nova bola: “é que nem patricinha: não gosta de ser chutada”. Antes, no entanto, Luis Fabiano já havia classificado a Jabulani como “sobrenatural”, enquanto o goleiro Julio Cesar, que iniciou toda esta polêmica, havia dito que a bola “parecia aquelas de supermercado”.

Espantada com as críticas públicas ao seu produto e preocupada, obviamente, com o efeito que estas reclamações podem gerar nas vendas da Jabulani, a Adidas se apressou em defender a bola. Por meio de uma nota oficial, a empresa negou ter culpa e repassou a responsabilidade de se adaptar ao produto às seleções nacionais.

“A bola tem sido utilizada por meses. Nós começamos a usá-la em dezembro em uma grande variedade de ligas. Todas as respostas que tivemos têm sido positivas. Além disso, nós a distribuímos a todos os participantes [da Copa do Mundo], para que eles pudessem se acostumar com a bola. Aparentemente, eles não tiraram vantagem disso, já que estamos recebendo essas críticas só agora”, rebateu Thomas van Schaik, porta-voz da Adidas.

ANÁLISE DO ERICH BETING

"A bola é o de menos. A pauta é que precisa mudar"

As reclamações dos jogadores são de que a bola é muito leve e, em jogos na altitude, local em que acontecerá boa parte das partidas do Mundial, a trajetória da esférica pode ser “traiçoeira”, surpreendendo goleiros, atrapalhando atacantes e dificultando o trabalho de todos em campo.

Mesmo sem declarações públicas a respeito, os ataques a Jabulani também expõem a disputa nos bastidores envolvendo as principais empresas esportivas do mundo. Luis Fabiano, Felipe Melo e Julio Cesar, por exemplo, não são patrocinados pela Adidas e, segundo a lógica do mercado, dificilmente iriam elogiar um produto fabricado por uma rival dos seus parceiros.

Por outro lado, a Adidas deve contar nos próximos dias com um “contra-ataque” em defesa da bola da Copa do Mundo. Jogadores como Kaká, Villa e Messi, patrocinados individualmente pela Adidas e destaques de Brasil, Espanha e Argentina, respectivamente, devem dar depoimentos públicos favoráveis ou, no mínimo, não comprometer ainda mais a já abalada reputação da Jabulani.

 

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