16/05/2010 - 07h10

Chineses podem dar à Coreia do Norte maior torcida da Copa

Da EFE
Em Pequim (CHN)
  • Hong Yong-Jo, da Coreia do Norte, se livra de marcação de Vera, do Paraguai, em amistoso

    Hong Yong-Jo, da Coreia do Norte, se livra de marcação de Vera, do Paraguai, em amistoso

Grande azarão do grupo de Brasil e Portugal e uma verdadeira incógnita pelo próprio hermetismo de seu regime, a Coreia do Norte pode chegar em junho à África do Sul como a seleção com maior torcida da Copa, graças ao apoio dos vizinhos chineses.

Na China, as Copas do Mundo são acompanhadas com paixão por milhões de torcedores, mesmo com o desgastante fuso horário, que joga as partidas para a madrugada e tira o sono dos fãs de futebol. Desta vez, o incentivo vai ser a presença dos vizinhos.

Muitos torcedores chineses encontraram na Coreia do Norte uma seleção irmã, com quem compartilham ideologia, por serem regimes comunistas, e uma história recente similar, já que lutaram juntos contra os Estados Unidos na Guerra da Coreia.

O apoio dos chineses à Coreia do Norte tem até caráter institucional. Segundo a agência de notícias oficial "Xinhua", o Ministério dos Esportes norte-coreano entregou mil ingressos a torcedores chineses para que viajem à África do Sul e torçam para os vizinhos.

A maioria dos torcedores chineses, no entanto, terá que se contentar em ver as partidas pela televisão, o que não será problema já que um canal aberto de esportes do país transmitirá todas as partidas da Copa ao vivo.

Centenas de milhões de telespectadores chineses acompanharão a competição e, embora muitos estejam interessados sobretudo nos clássicos envolvendo Brasil, Itália, Alemanha e Argentina, também haverá especial atenção para os norte-coreanos.

Segundo o responsável pela comercialização de entradas para o Mundial na Coreia, Wang Qi, a participação do país no Mundial africano "tem um significado especial".

Outras duas seleções da Ásia Oriental estarão na África do Sul a partir de junho, mas é possível que o apoio dos chineses seja menor a ambas.

O Japão não é exatamente uma seleção popular na China, devido à rivalidade histórica entre os dois países, e a Coreia do Sul, apesar de poder até receber mais apoio, é vista com receio pelos torcedores chineses, sobretudo pelas várias vezes em que perderam em torneios continentais.

A até agora única participação da Coreia do Norte em Copas, na Inglaterra (1966), foi muito especial, já que os norte-coreanos foram a primeira seleção de fora da Europa e da América a chegar a quartas de final.

No mata-mata, protagonizaram uma das partidas mais memoráveis da história das Copas, contra Portugal. Os asiáticos abriram 3 a 0, mas perderam por 5 a 3, com quatro gols de Eusébio.

A única participação chinesa na Copa do Mundo foi muito mais prosaica. A seleção, então dirigida por Bora Milutinovic, caiu na primeira fase do Mundial da Coreia e do Japão (2002) sem marcar gols e com derrotas para Brasil, Turquia e Costa Rica.

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