01/04/2010 - 07h00

Febre de figurinhas perde espaço nos intervalos entre Copas do Mundo

Gustavo Franceschini
Em São Paulo

A mania de colecionar figurinhas, muito viva em dias de Copa, não é tão comum nos intervalos entre os Mundiais. A febre que toma conta do futebol de quatro em quatro anos perdeu espaço com o tempo, e as empresas do ramo já se preocupam com a fidelização de seus consumidores.

A Panini, que fabrica o álbum oficial da Copa, admite que o evento gera uma rentabilidade ímpar. Os números são tão superiores aos demais que o Mundial é excluído da avaliação financeira anual, por ter um efeito enganoso no balanço.

“A gente vendeu 2 bilhões de envelopes em 2006. A cada quatro anos há um salto no nosso faturamento. Por isso mesmo estamos nos preparando há tanto tempo”, disse José Eduardo Martins, presidente da Panini, na coletiva de lançamento do álbum.

O rendimento convencional mais baixo é explicado por vários motivos. O principal deles, segundo a empresa, é a concorrência do mercado, que teria aumentado muito em relação às décadas de 1980 e 1990, quando os livros ilustrados eram mania.

A maior explicação no futebol, porém, está no êxodo dos jogadores para a Europa. Atualmente, álbuns de campeonatos europeus como a Liga dos Campeões são fonte de renda fixa para a Panini, dona dos direitos, ao contrário dos livros nacionais, que ainda sofrem com problemas políticos.

“Atualmente o Brasileiro não é mais nosso. Nós não temos o direito de uns quatro times, inclusive o Corinthians. As vendas devem ter caído cerca de 35% por causa disso, e a única prejudicada é a criança, que fica sem o produto”, disse Márcio Borges, diretor de marketing da Panini.
 

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