A África do Sul já vive intensamente a Copa do Mundo. Pelo menos nas nove sedes do torneio, 2010 é agora. A correria para deixar o país pronto é grande desde que o anúncio de sua escolha foi feito, mas o tempo está acabando. Os estádios não são mais a maior preocupação. Os grandes obstáculos do momento são a segurança e a finalização das obras de infraestrutura.
Aeroportos da África do Sul são modernizados e expandidos para receber os turistas para o Mundial
As vias de acesso e os meios de transporte são os temas do momento para Fifa e Comitê Organizador
Com os estádios quase completos, África do Sul se preocupa com o elevado índice de violência
Quem chega ao país logo sente o crescente clima de ansiedade para a Copa. Após poucos passos em território sul-africano, as referências são das mais variadas. O símbolo oficial do campeonato está por toda parte, assim como os cartazes dos principais patrocinadores. Nos primeiros contatos com os anfitriões, o tema surge no início dos diálogos. Não por acaso.
Se para o visitante estrangeiro o Mundial é um atrativo esportivo e cultural, para muitos sul-africanos ele representa uma interferência no cotidiano. Foram geradas 60 mil vagas de empregos diretos. O número cresce nos indiretos. Já o restante da população convive com o assunto diariamente, queira ou não. O "bombardeio" só aumenta.
Na Cidade do Cabo, a sensação é de que a Copa está ainda mais próxima. Sede do sorteio dos grupos nesta sexta-feira, a cidade já teve shows e atrações esportivas no último domingo. O evento inaugurou oficialmente a semana histórica.
Questões básicas, porém, ainda incomodam. A segurança é uma delas, se não for a principal. Os índices mais elevados são os de assaltos a mão armada e estupros. Segundo levantamento recente, 25% dos adultos admitiram ter forçado uma relação sexual ao menos uma vez.
Por isso, não faltam recomendações aos estrangeiros. Sair sozinho pelas ruas de Johanesburgo, por exemplo, é considerada uma decisão de elevado risco, mesmo durante o dia. À noite, então, as calçadas são quase desertas. Mesmo em cidades turísticas como Port Elizabeth os anfitriões são enfáticos nos conselhos.
"Aqui as ruas à noite são dominadas principalmente por traficantes e prostitutas. O perigo é muito grande. O comércio fecha cedo justamente porque não há segurança à noite. Até mesmo para pegar táxi é preciso usar os que foram recomendados pelos hotéis", alerta o taxista Isaac Pienaar.
Nos últimos meses, as autoridades começaram a intensificar a presença de policiais nas ruas. Consultas e conselhos chegaram de todas as partes. Órgãos como a Interpol (organização internacional que coopera com as polícias de diferentes países) e especialistas como o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, foram acionados. A aposta até o meio do ano que vem é em um policiamento ostensivo.
A infraestrutura é outro fator que visivelmente ainda atrai olhares atentos da Fifa e do Comitê Organizador. Com os estádios quase completos, as vias de acesso e os meios de transporte são os temas do momento. Novas ruas, ampliações e corredores de ônibus são construídos. O trânsito ruim já é uma realidade em sedes como Johanesburgo (em maior grau), Cidade do Cabo e Durban.
Os aeroportos ainda representam um problema. Quase todos que servem as nove cidades foram modernizados e expandidos. Em Durban, um novo deve ser entregue até maio. Segundo os organizadores, dos R$ 7 bilhões gastos em melhorias para a Copa, cerca de R$ 4 bilhões foram para os aeroportos.
Ainda assim, a circulação de pessoas no Mundial será recorde para os padrões sul-africanos. Por isso, junto com a segurança, o transporte aéreo só será realmente testado durante o torneio. E a incerteza sobre o funcionamento adequado persistirá até lá.
Dores de cabeça à parte, a África do Sul já conta os dias para receber a primeira edição da Copa no continente. O maior evento de futebol do planeta começa apenas no dia 11 de junho de 2010, mas no calendário sul-africano a bola já está rolando. Resta apenas o apito oficial.
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