Um palco havia sido montado desde a noite anterior, e milhares de pessoas já esperavam os jogadores da seleção argentina que tinham uma visita programada para o centro de Buenos Aires, mas o temor de que novos distúrbios acontecessem fez as autoridades cancelarem o evento. No domingo a noite (13), lojas foram saqueadas e houve confronto entre torcida e polícia.

Quando souberam da notícia, muitos torcedores foram embora (eles começaram a se reunir às 8h da manhã para conseguir um lugar perto do palco). Enrolaram suas bandeiras e uma camiseta gigante de Lionel Messi. Mas a maioria preferiu ficar e continuou fazendo festa, na esperança de que os jogadores mudassem de ideia e resolvessem aparecer.

Mesmo com o cancelamento do evento, alguns estabelecimentos perto do Obelisco fecharam as portas temendo ser vítimas de novos saques.

"É uma pena, porque era para essa ser uma festa para todos", lamentou um turista de Córdoba de passagem por Buenos Aires.

Apesar de frustrados, os torcedores não se mostraram revoltados e disseram entender a opção por não aparecer na capital. Depois de desembarcar no aeroporto da cidade de Ezeiza, os jogadores foram recebidos pela presidente Cristina Kischner e foram se encontrar com familiares na sede da federação argentina da futebol, que fica lá perto.

Mesmo admitindo não ter visto nenhum jogo da Argentina na Copa, a presidente disse que se sentia orgulhosa da participação da seleção. "Eu escutava muitos dizendo que não dariam nem 20 mangos por vocês, mas hoje vieram apoiá-los porque vocês calaram a boca deles", disse Cristina.

"O importante é que eles foram bem recebidos pela nação", afirmou um rapaz que esperava encontrar os jogadores em Buenos Aires, em referência aos milhares de argentinos que acompanharam o desembarque da seleção no final da manhã.