Consumidor deve boicotar bar que o explorou na Copa

Ricardo Feltrin, colunista do UOL

Aumento exagerado de preços, cobrança (ilegal) de consumação mínima, cobrança (ilegal) de entrada, cobrança (ilegal) de taxa de serviço ou couvert sem informação prévia e visível, cobrança (ilegal) até para usar o banheiro. Bares e restaurantes de São Paulo e de outras capitais que abrigaram jogos da Copa do Mundo abusaram dos consumidores brasileiros e estrangeiros nos últimos 30 dias.

Gananciosos com o aumento de quase 1 milhão de consumidores extras, engrossado por turistas que vieram ao país para assistir aos jogos, esses estabelecimentos decidiram faturar mais --nem que para isso tivessem de explorar também velhos clientes.

Só na Vila Madalena, que virou o principal "point" de festejos de São Paulo, na zona oeste de São Paulo, cerca de 20 casas foram autuadas pelo Procon pelos mais diversos motivos --quase todos ligados à mesquinhez e falta de escrúpulo de seus proprietários.

Entre outros exemplos, bares como Filial, Genésio, Genial (todos dos mesmos proprietários), São Cristóvão, Mercearia São Pedro, Quito Quito e Posto 6 foram alguns dos contraventores autuados pelo Procon. No caso dos três primeiros, há anos frequentados pelas classes A e B paulistana, especialmente jornalistas e publicitários, e a despeito do ótimo atendimento que todos oferecem, eles já vêm cobrando preços acintosos havia anos.

Agora, com o fim do evento, todos pretendem voltar à "situação normal". Ou seja, sem Copa não pretendem impor mais regras (ilegais) aos clientes que querem frequentá-los. Não tem mais consumação mínima, nem entrada e os banheiros podem ser usados à vontade.

E o abuso em São Paulo não aconteceu apenas na Vila Madalena. Na região dos Jardins, o pub O'Malleys também decidiu inventar moda para faturar.

Se antes já cobrava um couvert artístico abusivo (R$ 30 para quem fica além das 22h, repassando apenas uma fração do faturamento para as bandas e artistas que lá se apresentam após esse horário), durante a Copa o pub instaurou a cobrança de entrada: R$ 15 de todo mundo, independentemente do horário.

Ou seja, os consumidores, inclusive os mais fiéis, foram obrigados a pagar uma taxa extra para gastar no pub. Pagar para gastar!

Pois bem, consumidores conscientes que vivem reclamando dos preços e abusos cometidos pelo comércio --especialmente o da noite--, e que querem fazer valer seus direitos, agora têm bem à mão a possibilidade de responder a toda essa exploração.

Basta boicotar e deixar de frequentar essas casas, pelo menos por alguns meses.

Talvez com isso os donos de bares e restaurantes sintam na pele e no bolso e aprendam o básico: que o consumidor, seja ele sazonal ou fiel, deve ser respeitado e não é bobo.

É hora de dar o troco a estabelecimentos ganaciosos e inescrupolosos que só pensam em faturar, mesmo que para isso desrespeitem as mais elementares regras de civilidade --sem falar no Código de Defesa do Consumidor.

E você, leitor, frequentou ou conheceu algum bar que cobrou preços abusivos, entradas, ou pelo uso de banheiros durante a Copa? Foi explorado? Deixe seu recado abaixo, no sistema de comentários do UOL.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos