Cartola alemão conta o que o Brasil pode aprender com a Alemanha

Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

Ex-atacante da seleção alemã, Oliver Bierhoff foi um dos artífices da revolução no futebol alemão que culminou com o título do último domingo. Gerente de futebol da Federação Alemã de Futebol, ele não se furtou a responder sobre as diferenças entre a organização de seu país e o Brasil, que levou de 7 a 1 no confronto direto entre as duas escolas.

"A lição é que o sucesso não vem fácil. Você tem de trabalhar duro, colocar muito dinheiro em educação. Isso só acontece porque temos grandes condições. Nós falhamos também nos anos 1990, todo mundo estava relaxado e achando que ia acontecer sozinho", explicou Bierhoff.

Ele conhece bem essa época. Até o último domingo, o atacante era o autor do gol do último título alemão, a Eurocopa de 1996, disputada na Inglaterra. Em 1998 a Alemanha caiu nas quartas diante de uma surpreendente Croácia. Dois anos depois, caiu na primeira fase da Eurocopa. A crise forçou o país a rever seu futebol.

"[O título] foi um prêmio para o futebol alemão. É um esforço que começamos em 2000, com investimento em educação, clubes e federação. Fomos muito bem. Estivemos perto nos últimos torneios. Dessa vez você pôde ver desde o início que eles não iriam perder", disse Bierhoff.

A reformulação envolveu uma série de fatores. A Federação Alemã investiu em campos de futebol, promoveu uma integração com os clubes e fez um trabalho cercado por conhecimento acadêmico. Os jogadores da seleção são atendidos por grupos de psicólogos desde adolescentes e fazem até ioga na preparação física.

"Você tem de trabalhar todo dia, mais e mais. Tem de investir em treinadores, ficar perto dos clubes. Vocês são o país do futebol, têm um monte de talentos. Tem de encontrá-los e educá-los", disse Bierhoff. 

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