No duelo do domínio de bola contra lance fatal, Alemanha leva a melhor

Paulo Passos

Do UOL, no Rio de Janeiro

Com suas diferenças de estilo e apostas no jogo, Alemanha e Argentina igualavam-se no Maracanã. Foi assim até os minutos finais da prorrogação, num jogo com apenas um gol, mas com lances e jogadas que o farão entrar para a história. No final, com gol do novato Götze, os alemães fizeram o jogo do domínio de bola e passe perfeito vencer a aposta no lance fatal, na marcação compactada e na genialidade de Lionel Messi.

Desde o início do decisão foi assim. Enquanto a Alemanha era dona da bola, os argentinos tentavam ser um time compacto, que aproveitava os espaços e apostava numa bola para decidir. O problema – para os alemães – é que essa bola passava pelos pés de Lionel Messi. Impossível, então, prever o que viria.

Contando com o gênio, Alejandro Sabella armou sua equipe cobrando comprometimento tático. Lavezzi e Perez se revezavam na direita e na esquerda, no ataque e na defesa, no primeiro tempo. Quando a Argentina não tinha a bola, e isso aconteceu na maior parte do tempo, os dois jogavam como laterais, no campo de defesa e ocupando espaços. Prudência nunca é demais quando se enfrenta uma time que avança pelos lados do campo, principalmente, com Lahm, pela direita, e Schuerrle, pela esquerda. Felipão que o diga.

Os alemães mantiveram o seu jogo, com passes precisos, domínio de meio campo e ataques pelas laterais. No primeiro tempo, chegaram a ter quase 70% da posse de bola. A Argentina formava uma barreira em frente à área e quase sempre impedia que os rivais entrassem na área ou chutassem ao gol.

No segundo tempo, Sabella trocou Lavezzi por Agüero. O desenho padrão do time seguia com duas linhas de quatro e Messi e Higuaín no ataque. Isso quando não estava com a bola. Quando tinha ela nos pés, a equipe avançava num 4-3-3, com Agüero indo para área.

Os alemães mantiveram o domínio da posse de bola durante toda a partida. Schweinsteiger controlava as ações no meio de campo e era quem mais lançava Lahm e Schuerrle em avanços pelas laterais. A Argentina aposta no erro do rival. Compactado, mantinha-se com todos jogadores atrás da linha de bola Mascherano, Perez, Biglia lutavam pelos desarmes para abastecer Messi e os outros atacantes.

Bye, bye camisa 9

Nos minutos finais da partida, Löw e Sabella abriram mão de seus centroavantes. O argentino foi o primeiro a sacar Higuaín, que teve a chance mais clara de abrir o placar aos 20 minutos de jogo, mas desperdiçou. O veloz Palacio entrou no seu lugar. A estratégia era apostar ainda mais em contra-ataques. Dependia para isso de um erro alemão. E eles foram poucos.

Antes dos 90 minutos terminarem, Löw repetiu o rival e também sacou o seu camisa 9, que no caso usa o número 19, se chama. No lugar do veterano, entrou Götze, 22 anos, um dos mais jovens do time alemão. Faltando cinco minutos para o final da prorrogação, o substituto do maior artilheiro das Copas do Mundo fez o gol mais importante da Alemanha desde 1990, quando alias o jovem atacante nem era nascido.    

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