Tietagem, piadas e "viagens" marcam entrevista com músicos da final da Copa

Mauricio Stycer e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • CELSO PUPO/ESTADÃO CONTEÚDO

    Shakira tira selfie ao lado do rapper Wyclef Jean durante entrevista coletiva sobre a cerimônia de encerramento da Copa do Mundo no Brasil

    Shakira tira selfie ao lado do rapper Wyclef Jean durante entrevista coletiva sobre a cerimônia de encerramento da Copa do Mundo no Brasil

Véspera de final de Copa do Mundo é o momento de a Fifa relaxar e, em vez de discutir futebol ou responder a questionamentos sobre máfia de ingressos, colocar diante dos jornalistas os músicos que vão cantar na cerimônia de encerramento. 

A entrevista deste sábado reuniu Shakira, Wyclef Jean, Carlos Santana, Ivete Sangalo, Carlinhos Brown e Alexandre Pires –quase todos eles, de alguma forma, artistas relacionados com a Sony Music, divisão de uma das patrocinadoras da Copa. No domingo, antes de Alemanha x Argentina, eles farão um show de 18 minutos, a partir de 14h20, no gramado do Maracanã.
 
Mais que uma entrevista, foi um momento de muita piada, tietagem, cantoria, declaração de amor, crítica social e alguns discursos desconexos. Em diferentes momentos, alguns jornalistas aplaudiram os músicos por comentários feitos no encontro. 
 
Estrela maior, a cantora colombiana  chegou atrasada e perdeu o lugar. Em vez de sentar no meio da mesa, ao lado de Ivete, foi deslocada para o canto. Ainda assim, foi responsável pelos momentos mais inesperados, ao falar de sua vida privada com Piqué (veja mais aqui). "Eu tenho a minha forma de consolá-lo", disse, comentando a desastrosa participação da Espanha na Copa, eliminada na primeira fase.
 
Wyclef Jean também roubou a cena em alguns momentos. Diante da dificuldade de um jornalista de Bangladesh de fazer uma pergunta em inglês para Shakira, o músico haitiano se dispôs a traduzir, levando até a porta-voz da Fifa, Delia Fischer, a gargalhar. 
 
Lembrando do jogo do Brasil com a seleção do Haiti, em 2004, Wyclef contou que, para sua surpresa, viu os haitianos comemorarem os gols brasileiros – a partida terminou 6 a 0. "Essa é a minha conexão com o país", disse.
 
Falando de sua tentativa de disputar a presdiência do país, disse que quis inspirar "as crianças da favela". E observou: "Você não pode usar probreza como desculpa". Bem ao seu estilo, Brown acrescentou um comentário "viajandão": "O mundo não tem fronteira para o amor". Como não poderia faltar, o músico também ensaiou cantar uma música durante a entrevista, mas não prosperou.
 
Aliás, em matéria de observações "aéreas", o guitarrista Santana foi o campeão. Citando John Lennon, Nelson Mandela, Bob Marley, madre Teresa de Calcutá, entre outros, ele disse: "A música fala do poder da alegria. A gente quer mudar o mundo com paz…" Em outro momento, disse: "Um vencedor é vencedor mesmo quando perde". 
 
Ao mesmo tempo, em resposta a quem seria o seu favorito na final, Santana introduziu uma crítica aos gastos com a Copa: "Queria ver um hospital para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica e curar crianças. Queria aumentar o número de escolas. Quem ergue um estádio como o Maracanã teria que construir quatro escolas."
 
Respondendo a mesma pergunta, Shakira pediu a ajuda do polvo Paul, que fez previsões na Copa de 2010, na África do Sul: "Cadê o polvo, quando precisamos dele? Ele ficou tão estressado que morreu", brincou. "Só espero que não vá para os pênaltis, que é muito cruel", completou.

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