J. César pode fechar sua última Copa com mais gols sofridos que defesas

Gustavo Franceschini e Paulo Passos

Do UOL, em Brasília

Júlio César, goleiro brasileiro
Júlio César, goleiro brasileiro

Júlio César não esperou a Copa do Mundo acabar para dizer adeus. Antes de sair do Mineirão, na última terça, após o 7 a 1 sofrido para a Alemanha, o goleiro anunciou que não tentará ir a 2018, na Rússia, e fará sua última partida no torneio neste sábado, contra a Holanda. Dependendo do que acontecer no estádio Mané Garrincha, o homem de confiança de Felipão encerrará sua passagem pela competição com mais gols sofridos do que defesas, marca inusitada para alguém da sua posição.

O dado é reflexo da goleada sofrida na semifinal, mas expõe o quão pouco Júlio César participou dos seis jogos que o Brasil fez nessa Copa do Mundo até agora. Somadas todas as partidas, o camisa 12 do Brasil foi vazado em 11 gols, pior marca do torneio e recorde em todas as participações da seleção. O goleiro verde-amarelo, por sua vez, fez somente nove defesas, segundo dados da Fifa.

Em resumo, das 20 bolas que foram ao gol do Brasil, 55% entraram, número muito alto para uma seleção do nível da brasileira. O alemão Neuer, para efeito de comparação, fez 24 defesas ao longo do torneio e sofreu só quatro gols. Só diante do Brasil, ele parou Paulinho, Oscar e Marcelo, enquanto Júlio só conseguiu, no máximo, defender o primeiro chute de Klose, dando rebote no pé do mesmo atacante, que completou para as redes.

Se mantiver as poucas defesas na disputa do terceiro lugar contra a Holanda, Júlio César acrescentará mais um dado negativo a um currículo respeitável na seleção. Com 86 jogos, o ex-flamenguista entrou em campo em 12 oportunidades pelo Brasil em duas Copas do Mundo e é o quarto que mais jogou em sua posição, atrás apenas de Taffarel (18), Gylmar (14) e Emerson Leão (13).

Infelizmente, as marcas não foram acompanhadas do título que ele mais queria. Em 2006, reserva de Dida, ele viu a constelação brasileira perder da França por 1 a 0. Quatro anos depois, um dos líderes do grupo dunguista, ele foi protagonista ao falhar em um dos gols diante da Holanda. Na última terça, pouco fez para evitar o 7 a 1 diante da Alemanha, ainda que tenha vivido seu momento de herói contra o Chile.

"É porque não tinha de ganhar. Fico feliz comigo mesmo porque eu tentei. Fiz de tudo para estar na Copa, fiz de tudo para ganhar. Deixar Copa levando sete gols é triste", disse Júlio César, que desde 2003 participou das conquistas da Copa América de 2004 e das Copas das Confederações de 2009 e 2013. 

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