Ambiente, treinos e até futuro distanciam Brasil e Holanda antes de jogo

Do UOL, em São Paulo

Derrotados nas semifinais da Copa de 2014, Brasil e Holanda jogarão no sábado, em Brasília, em duelo que valerá o terceiro lugar da competição. Mas o tratamento que os times têm dado à partida, do discurso ao trabalho, não podia ser mais antagônico.

Na quarta-feira, logo depois de a Holanda ter perdido para a Argentina em disputa de pênaltis, o técnico Louis van Gaal começou a mostrar essa diferença: "Acho que a disputa do terceiro lugar não devia nem existir".

O discurso é bem diferente da postura que Luiz Felipe Scolari adotou nesta sexta-feira, em entrevista coletiva. "Começamos um sonho, não conseguimos, e agora vamos buscar um sonho menor", declarou o brasileiro.

Contudo, essa é apenas uma faceta da dicotomia entre Brasil e Holanda antes do jogo de sábado. O futuro dos treinadores também opõe as duas seleções: Van Gaal sabe que vai se despedir dos europeus no Mané Garrincha, mas Scolari evita falar sobre demissão.

Na Holanda, Van Gaal será substituído pelo experiente Guus Hiddink, que assinou contrato com a federação local até 2016. Esse período servirá para completar um processo de maturação do atual auxiliar, Danny Blind, que assumirá a equipe depois e ficará até o Mundial de 2018.

A situação do Brasil mais uma vez é o oposto. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda não se decidiu sobre o futuro da comissão técnica, e até a permanência de Scolari é cogitada. "Ainda não conversamos sobre futuro, e eu não vou me manifestar antes de amanhã [sábado]", disse o treinador brasileiro.

Outro aspecto que separa Brasil e Holanda antes do jogo de sábado é a preparação. Os europeus perderam para a Argentina na quarta-feira, nos pênaltis, depois de 120 minutos de jogo. No dia seguinte, todos os atletas já estavam treinando no Pacaembu, em São Paulo.

O Brasil perdeu por 7 a 1 para a Alemanha na terça-feira. Nos dois dias seguintes, fez apenas treinos leves na Granja Comary, em Teresópolis. A primeira atividade mais forte aconteceu nesta sexta, pouco antes do embarque para Brasília.

"O que tentamos fazer foi uma recuperação da parte psicológica. Trabalhamos algumas situações com os nossos jogadores para que eles tenham uma perspectiva do jogo contra a Holanda e para que esse passasse a ser nosso sonho principal. Acho que revertemos 75% dessa situação que é horrível", avaliou Scolari nesta sexta-feira.

Segundo o treinador, a recuperação já conseguiu amenizar o nervosismo do Brasil para o jogo de sábado: "Não ficamos mais assim porque o objetivo principal já não vai acontecer, mas a terça foi difícil, assim como a quarta e a quinta. Vai ser assim pelo resto das nossas vidas. O que nós e os torcedores sentimos não vai ser modificado de um dia para outro".

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos