O "decime que se siente" continua sendo cantado a plenos pulmões. Os argentinos continuam berrando – agora mais do que antes – que Maradona é maior que Pelé. Mas quando a conversa é particular, aparece um certo constrangimento em falar sobre os 7 a 1. E também muito medo do que pode vir, caso a Argentina passe pela Holanda.

"Scolari foi kamikaze contra a Alemanha. Jogou aberto como um time melhor. Você pode ter cereteza que a Argenina não fará isso. Nosso treinador é da escola do Bilardo, ele arma o time atrás para poder vencer", disse Jose Luis Garro.

"Eu nunca vi um time do Brasil tão medroso", completou Cintia, sua mulher. Angel Garro, irmão de Jose Luis, critica também Sabella. "Jogar atrás é uma ofensa para nós da América. Mas pelo menos a Argentina tem o Messi que pode resolver".

A fragilidade da defesa brasileira assustou Pablo Romero. "Parecia um flan, uma gelatina. Não havia força, não havia cobertura e mentalmente pareciam umas menininhas".

 Ele tembém é fã de Sabella. "Viu como ganhamos da Bélgica. Como uma sucuri mata um animalzinho qualquer. Apertou, sufocou e matou. Vamos ganhar da Holanda e a Alemanha vai sofrer".

Os argentinos, sejam qual for a profissão, parecem entender mais de tática do que o brasileiro comum. "Contra a Alemanha não se pode dar espaços e nem permitir que toquem bola. Os jogadores do Brasil pareciam torcedores sorteados para ver o jogo em campo. Ficavam olhando, só isso", era a análise de Martin Chueco.

"Me diga uma coisa, o Scolari nunca viu o Bayern jogar? Não é possível. Fez tudo o que o técnico alemão queria e mandou o Brasil para o matadouro", disse Alejandro Cequera. Para Mauro Medvetkin, não há explicações e sim apenas uma constatação. "Uma nova era está começando. O Brasil não pode fazer nada. Não há nada a fazer. Era o futuro enfrentando o passado".

E há a alguma lição que a Argentina pode aprender dessa derrota brasileira? "Lógico. Se passarmos pela Holanda, vamos acordar mais cedo e rezar muito. É o que resta. Alemanha é uma máquina".