Opção de Felipão dá meio-campo à Alemanha e ajuda a derrubar Brasil

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Belo Horizonte

Sem Neymar, Felipão passou dias em dúvida entre defender ou atacar diante da poderosa Alemanha. Escolheu o esquema ofensivo, e com o veloz atacante Bernard, em vez do criador meia Willian. Não deu certo. Sempre com um homem a menos no setor, o treinador deu o meio-campo para os rivais e ajudou a derrubar o Brasil, eliminado de maneira vexatória, ao levar 7 a 1 no Mineirão diante de sua própria torcida.

A opção de Felipão foi surpreendente. Bernard havia treinado menos que Willian entre os titulares e, ao longo da preparação, nunca encantou. Reserva no Shakhtar Donetsk, o ex-jogador do Atlético-MG chegou em baixa à preparação e parecia um azarão na disputa.

Só que o apelo do Mineirão e a possibilidade de explorar as costas da defesa rival podem ter convencido Felipão. Foi atrás de Howedes, zagueiro improvisado pela esquerda, que Bernard foi tentar jogar.

O problema é que Neymar, além de genial, se move por todo o meio-campo. Sem o camisa 10, Fernandinho e Oscar viraram as duas únicas opções de passe, já que Fred estava isolado entre os zagueiros alemães e Hulk e Bernard nas pontas, sem se mexerem. Luiz Gustavo, como sempre tem sido desde o começo da Copa, recuava para começar o jogo entre os zagueiros.

A Alemanha plantava, ao menos, Schweinsteiger, Khedira e Kroos no meio-campo, se alternando entre a marcação e a criação, quase sempre com a ajuda de Muller e Ozil, que se aproximavam. Contra um meio-campo talentoso e em inferioridade, o Brasil não viu a cor da bola.

Enquanto ainda se ateve ao próprio esquema tática e tentou um jogo equilibrado, o Brasil não conseguiu fazer a bola girar. Nos contra-ataques, desarrumado e despreparado para enfrentar a movimentação dos alemães perto da área, a seleção fez feio e foi eliminada da pior maneira possível.  

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