Jovem usa 'jeitinho francês' para ver dois jogos da Copa de graça

Das agências internacionais

Em Paris (França)

Do alto dos seus 21 anos, Yacine Abeka tinha um sonho comum aos jovens de sua idade: viajar pelo mundo. O francês ainda conseguiu aliar este espírito aventureiro ao sonho de assistir a uma Copa do Mundo. Ele embarcou para o Brasil e conseguiu ver duas partidas nos estádios de graça. Tudo graças ao 'jeitinho francês' – e uma grande dose de 'cara-de-pau'.

Em entrevista à revista francesa So Foot, Abeka revelou sua tática para entrar de graça no Maracanã (para o jogo entre Argentina e Bósnia) e no Mineirão (no duelo entre Bélgica e Argélia). Ele inventou uma história: disse a fiscais que havia sido assaltado. Após muita insistência, obteve bilhetes extras.

A estratégia não era inédita: ele já havia tentado (e conseguido) ver um evento esportivo de graça nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. "Já fui a alguns lugares fazendo isso. Na França, se eu negociar por cinco minutos, sei que conseguirei um bilhete. Agora, era Copa do Mundo, e disse para mim que não ia funcionar, mas deveria tentar", comentou, já de volta à França.

No primeiro jogo, Abeka estava ao lado de um amigo nos arredores do Maracanã. Eles tentaram comprar ingressos de algum cambista, mas se assustaram com o preço: em torno de mil euros (pouco mais de R$ 3.010). A saída foi apelar para a dramaticidade. "Disse ao meu amigo que tinha uma ideia", disse o jovem.

Para passar a barreira de policiais, eles disseram que as entradas deles estavam com outros amigos que já estavam em uma área mais próxima do estádio. "Com nosso inglês e nossa cara de turistas, passamos", contou. E a mentira só cresceu quando os dois chegaram a uma fila com pessoas que tiveram seus ingressos roubados ou estavam com entradas falsificadas.

"Tentamos fazer com que acreditassem que havíamos ganhado uma viagem e nossos ingressos não eram nominais. Começamos a preencher um formulário com umas mil questões. Peguei uma folha, pus meu nome e o do meu amigo, nossas datas de nascimento, o número do passaporte. 'Perdemos tempo', disse. Acho isso bastou, pois um funcionário pegou a folha, e falou que não tinha mais necessidade de preencher. Tirou dois bilhetes e nos falou: 'aproveitem', relatou.

As duas entradas eram da categoria 4, com a observação de "contingente suplementar" impressa. "Eles nunca vendem estes bilhetes, nem mesmo quinze minutos antes do jogo começar. Se fosse para tirar o lugar de alguém, não teria feito, mas sabia que ninguém utilizaria estes tíquetes e que haveria lugares vazios", explicou.

A "cara-de-pau" deu tão certo que Yacine e seu amigo foram ainda mais ousados. Dentro do Maracanã, conseguiram assistir à partida em assentos de categoria 1 (a mais cara) e, como "bônus", apareceram no telão enquanto a bola rolava. A tática foi repetida no Mineirão, novamente com sucesso.

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