Holanda deixa lado liberal de lado e se fecha antes de duelo com Argentina

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

  • José Ricardo Leite/UOL

    Hotel da Holanda com pouca movimentação nesta terça

    Hotel da Holanda com pouca movimentação nesta terça

A Holanda liberal da praia e passeios que se viu em sua concentração no Rio de Janeiro não é a mesma que está em São Paulo para a disputa da partida decisiva contra a Argentina, nesta quarta-feira. E não é só porque a capital paulista não é banhada pelo mar, mas sim pelo momento decisivo que cerca a equipe às vésperas da semifinal da Copa do Mundo de 2014.

Até a última segunda-feira, a delegação laranja estava no hotel Cesar Park, na frente da praia de Ipanema. O local é quase que um convite à integração com o público, já que não existe área de isolamento entre torcedores e entrada do hotel. Vários atletas foram flagrados na praia, saindo a pé para caminhar ou tomando taxi para outros pontos da cidade.

Já em São Paulo, estão no hotel Pullman, na Zona Sul, em um esquema que impede a entrada pessoas com credencial ou pessoas que comprovem estar hosperadas dentro do hotel. Elas tinham uma pulseira laranja para se identificar como hóspedes e poderem entrar. Entre os oito que falaram com a reportagem, nenhum viu jogadores por lá. O contato com o público foi quase nesta terça, após o treinamento da manhã, ninguém saiu para outros lugares.

A rua principal está fechada, assim como quando passaram outras delegações pelo local. Policiais militares, seguranças e até uma base móvel da PM está perto. Menos de dez torcedores quiseram ficar atrás das grades que separam rua e calçada do hotel para tentar um autógrafo.


O máximo que conseguiram foi do ex-jogador Patrick Kluivert, membro da comissão técnica do time. Ele saiu, fez fotos e adiantou que o time não sairá de lá. A programação depois do treino foi dormir, ver a semifinal entre Brasil e Alemanha, jantar e dormir. "Hoje ninguém sai", falou.

O esquema "liberal" holandês usado durante quase toda a Copa é uma tradição do país, que sempre permitiu que seus jogadores tivesssem muitas folgas em competições oficiais e contato com os familiares. No total, são mais de 100 pessoas entre familiares de jogadores e integrantes de comissão técnica que vieram ao Brasil acompanhar a equipe.

Van Gaal já havia fechado o treino desta terça, com apenas 15 minutos obrigatórios para a imprensa assistir antes dos jogos. Fez um treino que esboçou o time com portas fechadas. Na coletiva, explicou que agora é momento de se fechar mais.

"Temos um dia a menos de descanso nas partidas agora, e todos conseguem ver que em geral dou dois dias de recuperação e descanso; um dia a menos claro que é um problema. Pra fazer 11 contra 11 como fiz hoje. Por isso fechei os portões, queria explicar isso de forma tranquila para os jogadores", explicou.

A liberdade dos holandeses foi podada somente na última Eurocopa, em 2012, na Polônia e Ucrânia, quando o então técnico do time, Van Marwijk, decidiu fechar o elenco em concentrações. O resultado foi três derrotas em três jogos e sua saída.        

A Holanda decide vaga na final contra a Argentina, nesta quarta-feira, 17h, no Itaquerão, em São Paulo.

 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos