Em tarde de "Alzirazo", tradicional festa carioca esvazia mais cedo

Mauricio Stycer

Do UOL, no Rio de Janeiro

Local de concentração de cariocas em época de Copa do Mundo desde 1978, o famoso Alzirão, na zona norte do Rio, viveu a tarde mais triste de sua história.

Hoje com capacidade para 30 mil pessoas, o local não estava cheio no início da partida entre Brasil e Alemanha. Culpa, provavelmente, do mau tempo na cidade -- chegou a chover no início da tarde e, levemente, em diferentes momentos do jogo.

A situação piorou muito no final do primeiro tempo, quando o placar marcava 5 a 0 para os alemães. Em instantes, após o apito do árbitro, o local registrou uma debandada.

"Vai ser 10 a 0", previu um dos poucos torcedores mais exaltados. O clima predominante era de tristeza e cabeça baixa. "Desisti", disse uma mulher, acompanhada de uma criança, ambos com a camisa verde e amarela.

"Vou ver em casa", repetiram vários dos desistentes. "Hoje é Quarta-feira de Cinzas", lamentou um. "Vou torcer para a Argentina", protestou uma torcedora mais revoltada. "Eles tem o Messi".

Antes de a partida começar, houve até alguma animação. Um grupo cantava a já conhecida "mil gols, mil gols, só Pelé, só Pelé, Maradona cheirador". 

O hino alemão foi ouvido em respeitoso silêncio pela multidão, que cantou junto com o Mineirão hino do Brasil.  Mas aí a bola começou a rolar e não houve tempo para festejar nada.  

Depois do sexto gol alemão, um dos organizadores da festa, revoltado, retirou as duas moças que, em trajes sensuais, levantavam placas com o placar da partida. "Não tem mais placar", disse colocando as placas embaixo do braço.

O gesto, como se viu, não impediu o sétimo gol.  Foi quando ocorreu a primeira grande manifestação do público no Alzirão: palmas para a Alemanha.  
 

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