Dominante nas semifinais, Alemanha já 'ganhou' a Copa da influência

Fernando Duarte

Do UOL, em Belo Horizonte

A Alemanha já pode se considerar uma campeã moral da Copa do Mundo de 2014. Pelo menos no que diz respeito à propaganda do sucesso da estrutura de seu futebol. Além de pela quarta vez consecutiva chegar às semifinais da Copa do Mundo, o que aumentou para 13 o número de vezes em que ficou entre os quatro melhores do torneio em 20 edições, o país viu sua liga nacional levar vantagem na disputa com os vizinhos europeus.

Num torneio em que rivais como Espanha, Inglaterra e Itália caíram na primeira fase, a Alemanha também está rindo por último no quesito de representatividade. Sua liga nacional, a Bundesliga, é a mais representada entre os grandes campeonatos europeus nas semifinais, com 21 jogadores – incluindo os brasileiros Luiz Gustavo (Wolfsburg) e Dante (Bayern de Munique). Atletas baseados na Alemanha foram responsáveis até agora pelo maior número de gols no torneio (30), além de também liderar nas assistências (23).

E a representatividade alemã aumenta ainda no que diz respeito aos clubes: nada menos que 10 agremiações da Bundesliga "marcaram presença" entre as oito equipes das quartas-de-final. Mas a maior propaganda do sucesso alemão está mesmo no fato de que, ao contrário da maioria dos outros países, que chegaram longe no torneio, os jogadores alemães de destaque no Mundial do Brasil ainda brilham no futebol doméstico.

Um dado que vinga ainda mais a decisão das autoridades esportivas do país de investir pesado nas categorias de base a partir da vexaminosa eliminação da Mannschaft na primeira rodada da Eurocopa de 2000. A Bundesliga hoje tem quase 60% de jogadores domésticos em sua liga, diferentemente da Inglaterra, por exemplo, em que apenas 38% são locais e a situação se reflete na seleção: jogadores com Bastian Schweinsteiger e Thomas Müller, por exemplo, tem "rodagem" suficiente para não estranhar as pressões da seleção.

"Não tenho nada contra jogadores passarem por experiências no exterior, pois isso os enriquece tanto em termos esportivos como culturais, por exemplo", explica o treinador da seleção, Joachim Löw. "Mas a Bundesliga oferece mais oportunidades para jogadores jovens locais do que outros campeonatos europeus e acho que isso nos ajuda a formar uma boa geração".

Desde a última Copa, a Alemanha conquistou elogios também por jogador um futebol vistoso e menos baseado nos atributos físicos que tanto fizeram famosa sua escola tricampeã mundial. E seu campeonato nacional hoje tem a maior média de público da Europa.

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