Admirador da Alemanha, Felipão agora busca 'antídoto' contra inspiração

Fernando Duarte

DO UOL, em Belo Horizonte

Admirador confesso do futebol apresentado por Bayern de Munique e Borussia Dortmund em 2013, o ano em que as duas equipes alemãs decidiram a Liga dos Campeões eliminando pelo caminhos os gigantes espanhóis Real Madrid e Barcelona, Luiz Felipe Scolari adaptou ideias daquele sucesso ao esquema tático da seleção brasileira que conquistou a Copa das Confederações surrando a Espanha. O treinador agora, porém, precisa de um "antídoto" para o "veneno" que vai enfrentar na terça-feira, a partir das 17h (horário de Brasília), no Mineirão. O jogo entre Brasil e Alemanha decide um finalista da Copa do Mundo e terá acompanhamento em Tempo Real pelo Placar UOL Esporte.

Contra uma Alemanha que na Copa do Mundo conseguiu chegar às semifinais com menos sustos que o Brasil, Felipão não pode simplesmente adotar o sistema que Joachim Löw foi buscar na Bavária e na Westfália. Com linhas de jogadores marcando alto no campo e colocando pressão sobre a saída de bola adversária, a Alemanha sufocou a França com grande eficiência nas quartas-de-final, chamando a atenção também pela maneira como "protegeu" o resultado depois de abrir o placar nos primeiros 20 minutos.

Embora no papel a Alemanha jogue num 4-3-2-1 similar ao do Brasil, a movimentação de seus homens de meio e frente tem sido a diferença – e mesmo com 36 anos, Miroslav Klose mostra mais mobilidade que Fred, pelo menos seis primaveras mais jovem. Além de causar problemas no ataque, a configuração também funciona bastante para frustrar os movimentos adversários.

E os alemães, que passaram por momentos estranhos como o empate com Gana e a vitória suada sobre a Argélia nas oitavas, na prorrogação, ganharam mais periculosidade quando o treinador Joachim Löw decidiu mudar Philipp Lahm do meio para a lateral-direita, a posição em que jogou por toda a sua carreira até a última temporada europeia, quando foi mudado por Pep Guardiola.

Como lateral, Lahm foi capaz de causar mais problemas para a marcação adversária e no caso brasileiro isso se torna preocupante diante da tendência de avanços de Marcelo.

O ponto fraco da Alemanha no entanto, é uma defesa que não enche a torcida de segurança e que frequentemente requer o uso do goleiro Manuel Neuer como um líbero de emergência. O que sugere uma espécie de receita ítalo-espanhola para Felipão: as duas grandes derrotas alemãs dos últimos anos foram para a Itália nas semifinais da Eurocopa de 2012 e do Bayern para o Real Madrid na Liga dos Campeões deste ano: ambas foram marcadas por uma "espera" pelos atacantes alemães e por uma saída rápida de contra-ataque.

Sem Neymar, Felipão tem em Bernard e Willian possíveis puxadores para este tipo de situação. E o uso da "alegria nas pernas" de Bernard pode ser ainda mais interessante como forma de inibir os avanços de Lahm. O que parece claro é que, ao contrário do que aconteceu no jogo com o México, o Brasil precisar tomar cuidado com os arremates alemães: apesar de ter chutado menos a gol que o time de Felipão, a Alemanha manda 70,2% de seus chutes na direção do gol (65,8% é o percentual brasileiro).

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