A Alemanha é a favorita no duelo contra o Brasil nesta terça-feira, pelas semifinais da Copa do Mundo. Esta é a opinião do ex-jogador Paulo Sérgio, que atuou por sete anos no país adversário e conquistou a Liga dos Campeões pelo Bayern de Munique em 2001.

Em entrevista ao UOL Esporte, o campeão mundial com a seleção brasileira em 1994 manifestou sua torcida pelo Brasil, mas admitiu não estar tão confiante. Para ele, os alemães chegam mais bem preparados para o duelo em Belo Horizonte.

"Sem dúvida nenhuma chega com muito mais força [que o Brasil]. Esse grupo está sendo formado desde 2006. Hoje, esses jogadores são muito mais experientes e não vão perder essa chance", opinou o ex-jogador. "É um jogo em que vou ficar em cima do muro. Lógico que estou torcendo para o Brasil chegar à final e ser campeão, mas vejo um páreo muito difícil".

Durante a Copa do Mundo, os alemães têm quebrado o estereótipo de serem um povo sério e fechado. Os jogadores da seleção europeia chamaram a atenção pela simpatia e buscaram se aproximar dos brasileiros. Algo que Paulo Sérgio acredita ser deliberado, uma tática para amenizar a pressão em caso de um confronto direto.

"Chegaram sabendo que, num certo momento, poderiam enfrentar o Brasil e tiveram um relacionamento muito bom com todos os torcedores. Isso foi muito bom. Hoje a seleção da Alemanha é muito respeitada no Brasil pela postura desses jogadores nesta Copa", comentou Paulo Sérgio.

Sobre a ausência de Neymar, o ex-jogador concorda com Felipão sobre a entrada de Willian. Considera, porém, que Hernanes também pode ser um bom substituto para a função. Tudo para dar maior velocidade aos contra-ataques, que Paulo Sérgio aponta como o caminho para que o Brasil possa superar os alemães.

"Na minha opinião você tem duas opções, que são o Willian e o Hernanes. O Hernanes tem qualidade no passe, chega bem ao ataque e bate com as duas pernas. O Willian também tem muita qualidade, pode chegar com muita força. Se você colocar mais um defensor para povoar o setor de meio-campo e esquecer que precisa sair com velocidade, fica refém da Alemanha", afirmou Paulo Sérgio.

"Sem dúvida é um jogo muito aberto, onde a Alemanha retém muito a posse de bola, é uma seleção que toca muito bem. Isso pode acabar complicando a nossa seleção se não fizer uma marcação [agressiva]. O ponto fundamental que eu vejo é a saída em velocidade", completou.

Paulo Sérgio também falou sobre as críticas que o atacante Fred tem recebido. Para o ex-jogador, o atual camisa 9 da seleção não se encontra em sua melhor forma e tem sido prejudicado pela maneira da equipe atuar.

"Vejo no Fred um pouco de falta de força, reter a bola em velocidade. Por essas contusões que teve, o Fred hoje não é um jogador de velocidade, que você pode dar um passe em profundidade que ele vai chegar e definir em jogada individual. É um jogador de área, e nesse esquema que o Brasil vem jogando tem encontrado muita dificuldade", disse Paulo Sérgio.

"Acredito que o Jô seria uma boa opção. É um jogador que consegue se movimentar e ter essa força nas bolas aéreas, pois é alto. É um jogador que vai poder ajudar bastante", concluiu.