Fred só marcou um gol na Copa do Mundo até agora e, contestado, é o principal alvo dos pedidos por trocas no time titular da seleção brasileira. E por que o camisa 9 ainda não foi parar no banco de reservas? Boa parte da explicação está no substituto Jô que, sem mostrar serviço, não consegue fazer sombra ao centroavante do Fluminense.

Jô esteve em campo em 78 minutos, divididos entre os empates contra México e Chile. Deu, ao todo, três chutes a gol, só um com direção. Acertou só 24 dos 78 passes que tentou, um percentual de apenas 38% de acerto. Muito pouco para quem poderia surgir como solução em uma semifinal de Copa do Mundo.

Felipão, de fato, não dá sinais de que pode apostar no centroavante reserva. Nos trabalhos que comanda na Granja Comary, o treinador só deu vaga a Jô no time titular nas vezes em que Fred, poupado, saiu mais cedo do gramado.

Na última semana, o técnico mexeu como nunca na equipe. Às vésperas da decisão das quartas contra a Colômbia, insatisfeito com o time, Felipão testou novas opções para o meio-campo, experimentou Maicon na lateral direita e fez o primeiro trabalho real sem Fred. Quem entrou no lugar do 9? Henrique.

"É assim, os jogadores vivem de oportunidades. Ele teve duas de entrar, só que o time, e não sou só eu que estou falando isso, não estava muito bem. Isso aí acarretou para ele uma coisa negativa, tanto para ele como para o Fred. Nessa última partida o time já encorpou mais o meio-campo", disse Dario, pai do atacante, ao UOL Esporte.

O exílio no banco de reservas é bem diferente do que Jô viveu em 2013. Chamado às pressas para o lugar do cortado Leandro Damião, o atacante do Atlético-MG foi uma espécie de talismã do time durante a Copa das Confederações, marcando em dois jogos depois de entrar no segundo tempo.

Em 2014, se mantivesse a forma anterior, ele provavelmente teria mais chances. Fred, artilheiro do torneio no ano passado, caiu de produção e está sendo duramente criticado pelo mau desempenho na Copa do Mundo.

Além de só ter marcado contra Camarões, Fred tem sido questionado por não aparecer em jogo, reflexo de uma mistura entre suas próprias falhas de posicionamento e a falta de criatividade da equipe. Há uma semana, isso foi transformado em um pedido do Mineirão por Jô na partida contra o Chile, nas oitavas, fruto da ligação entre o reserva e a torcida local do Atlético-MG.

"Não estava no estádio, mas vi pela TV, dava pra escutar. Ele entrou com muita vontade de ajudar, mas no futebol não é sempre que a gente faz o que quer. O que importa é que o Brasil ganhou nos pênaltis. A gente está feliz como ele está feliz. Ele liga para a gente e fala que está feliz. É uma oportunidade grande que Deus deu, a de jogar uma Copa do Mundo", disse o pai do atacante.