Na sua terceira visita à Granja Comary, a psicóloga Regina Brandão conversou com os jogadores da seleção brasileira por mais de uma hora, neste domingo. A traumática saída de Neymar da Copa do Mundo, que fraturou uma vértebra após sofrer uma entrada de Zuñiga nas quartas de final contra a Colômbia, claro foi assunto.

Brandão disse que apesar do baque, a seleção  conseguiu reagir bem ao trauma de perder o seu maior craque. 

"Foi surpreende até pela idade deles. São jogadores jovens, imbuídos de uma responsabilidade tão grande. Eles comentaram até que o Neymar passou esse espírito. É vida que segue, eles disseram", afirmou Regina Brandão ao UOL Esporte.

A psicóloga trabalha com Felipão desde a década de 1990. Em 2002, ela assessorou o técnico durante a Copa do Mundo.

Em maio, na apresentação dos atletas, Brandão entrevistou todos os convocados de Scolari. Um perfil foi entregue ao treinador.

Segundo a psicóloga a visita deste domingo não foi a última. Depois da semifinal, contra a Alemanha, nesta terça-feira, em Belo Horizonte, ela diz que irá a Granja Comary, em Teresópolis.

Treino "contido"
Apesar da psicóloga Regina Brandão entender que o trauma pela saída de Neymar já está superado, alguns sinais apontam em outra direção. No treino coletivo deste domingo, por exemplo, chamou a atenção o quase silêncio entre os jogadores em campo. Não houve nenhuma brincadeira, nem foram ouvidos os gritos, normais, entre os atletas, durante a atividade.

Foi um treino "contido", na avaliação de quem acompanhou de perto. Uma outra explicação, além do trauma pelo corte de Neymar, pode ser a ansiedade em relação à semifinal.

Na entrevista coletiva pela manhã, o jogador Bernard respondeu a 12 perguntas – sete delas envolveram o jogador Neymar. A insistência dos jornalistas em tratar do assunto desagradou a comissão técnica.