Torcida em Fortaleza vai da euforia ao velório por Neymar: "A Copa acabou"
Luiza Oliveira e Pedro Ivo Almeida
DO UOL, em Fortaleza (CE)
"Mil gols, mil gols, mil gols. Só Pelé, só Pelé". O ritmo de uma das novas músicas cantadas pela torcida desde cedo no estádio Castelão já dava o tom do que estava por vir. Uma torcida vibrante embalava a seleção que chegaria à euforia com a vaga na semifinal. Mas o que era praticamente perfeito se transformou em um velório com a lesão de Neymar que o tirou da Copa do Mundo.
Após o jogo nos arredores do Castelão, todos comemoravam a classificação para a semifinal e já faziam suas previsões para o duelo contra a Alemanha pela semifinal. Mas quando chegaram as notícias sobre a gravidade da lesão de Neymar os sorrisos deram lugar a expressões de preocupação.
Logo a alegria deu lugar à preocupação. A estudante Vanessa Ferraz, de 17 anos, demonstrou toda a sua frustração depois que a Confederação Brasileira de Futebol divulgou que o craque havia fraturado a vértebra e ficaria seis semanas afastado, perdendo, assim, os dois jogos restantes da Copa para a seleção.
"Não tem o que comemorar. A Copa acabou para mim. Eu só acompanho os jogos por causa dele. E eu pensei que fosse conseguir uma foto. Nada deu certo. Nem quero mais ver os jogos. Só torço para que ele melhore muito. Acho que a seleção nem deveria comemorar muito", disse.
Para muitos, o corte de Neymar ofuscou a vitória da seleção sobre a Colômbia por 2 a 1. Jaílton Conceição é garçom de um restaurante na orla de Fortaleza e disse que a comemoração diante da classificou ficou bem aquém do esperado.
"A casa [restaurante] está cheia, o movimento é bom, mas você consegue perceber que a animação não é tão grande. E todo mundo só fala nisso. É uma pena. Não sei se o Brasil conseguirá ir muito mais longe. Vou torcer daqui de longe."
O ambiente no período da noite destoou bastante daquele de horas antes do confronto contra a Colômbia. A torcida brasileira tomou os arredores do estádio já nas primeiras horas do dia. Nem a semana turbulenta com a classificação sofrida contra o Chile abalou os torcedores que já cravavam a vitória. Fantasias, corpos pintados, buzinas. Valia tudo para demonstrar o amor à seleção.
Depois que o jogo começou, o Castelão virou ponto de encontro de quem queria ao menos sentir o clima da Copa mesmo sem ingresso. "Eu não consegui comprar ingresso, mas quis vir para o entorno para sentir a emoção. Só de estar na porta já está bom", disse Rosa Magalhães que estava acompanhada do marido.
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