Liderança, carisma e gols. Agora David será "o cara" de fato do Brasil

Paulo Passos

Do UOL, em Fortaleza (CE)

Por onde a seleção passa na Copa do Mundo, David Luiz está sempre entre os mais lembrados pelos torcedores. O zagueiro que deixou o Brasil como um ilustre desconhecido hoje é campeão de popularidade. As atuações e atitudes em campo justificam a moral com a torcida. Ele será o capitão do Brasil na semifinal contra a Alemanha, na próxima terça-feira, em Belo Horizonte.

O posto de principal líder, que já vem sendo ocupado por ele informalmente, será seu de fato. Isso porque Thiago Silva recebeu o segundo cartão amarelo na vitória sobre a Colômbia, por 2 a 1, e está suspenso.   

"Estou realizando o sonho da Copa, de representar minha nação. Faixa não muda muita coisa, todo mundo tem liberdade para liderar. Cada um tem a sua forma de liderar a equipe, seja eu ou o Thiago com a faixa", minimizou o zagueiro. 

No primeiro jogo da nova era Scolari, David Luiz usou a braçadeira de capitão da seleção. O jogo não valia nada, Thiago Silva estava lesionado e o Brasil perdeu para a Inglaterra. Agora, David volta a ser o capitão numa circunstância completamente diferente para ele e para a seleção.  

Campeão de carisma

Heuler Andrey/Mowa Press
Campeão de assédio dos torcedores na Copa do Mundo, David Luiz é, desde o início da preparação do Brasil para o torneio, um dos mais atenciosos com os fãs. Foi assim, por exemplo, em Brasília, quando ficou por mais de 50 minutos distribuindo autógrafos e tirando fotos com torcedores que estavam na frente do hotel da seleção brasileira antes do jogo contra Camarões, ainda na primeira fase da Copa.

A mesma atitude foi registrada na Granja Comary, em Teresópolis. Ao final de um dos treinos, o zagueiro ficou por mais de uma hora dando autógrafos para crianças que estavam na grade de um condomínio vizinho ao CT da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Liderança no aperto

AFP PHOTO / MARTIN BERNETTI
No momento mais tenso da campanha do Brasil na Copa até agora, ele chamou a responsabilidade. Foi nos pênaltis contra o Chile, pelas oitavas de final, que o papel de capitão de David Luiz ficou mais evidente. Primeiro, pediu para bater uma das cobranças. Além disso, consolou Willian e Hulk, que desperdiçaram as cobranças. Com a atitude ganhou moral e elogios de Felipão

Bem na bola

AFP PHOTO / VANDERLEI ALMEIDA
Atitude não é tudo o que faz de David Luiz o cara da vez na seleção. Desde o início da Copa, ele tem se destacado também com a bola nos pés. Seguro na defesa, marcou gols nos jogos mais decisivos, o empate com o Chile, nas oitavas, e a vitória sobre a Colômbia, nas quartas.

Segundo um índice de avaliação da Fifa, baseado nas estatísticas dos jogos do Mundial, David Luiz foi o melhor jogador até as oitavas de final do torneio. Numa avaliação de 0 a 10, o zagueiro ficou com 9,79 à frente de James Rodríguez, da Colômbia, com 9,74, e Neymar, sexto lugar, com 9,59.

Fair play 

REUTERS/Marcelo Del Pozo
Uma imagem marcou o final o jogo entre Brasil e Colômbia. Antes de trocar a camisa com David Luiz, James Rodríguez começou a chorar no gramado do Castelão, em Fortaleza. Foi então consolado pelo zagueiro e também por Daniel Alves e Marcelo.

David abraçou o colombiano e conversou com ele. Além disso, pediu, apontando para o meia, que os torcedores o aplaudissem. 

"Me disseram que eu era um bom jogador. E a verdade é que com tantos craques me abraçando, isso me deixa feliz, mas fica isso. Vamos levantar a cabeça e obrigado também à Colômbia por isso", agradeceu Rodríguez.

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos