Brasil se livra de vexame e ainda vê pressão diminuir com perda de Neymar

Ricardo Perrone

Do UOL, em Fortaleza

"O pior já passou, foi o jogo com o Chile. Agora vai dar tudo certo". Tirando a lesão de Neymar, a frase dita pelo massagista Barreto, da seleção brasileira ao telefone, horas antes do jogo com a Colômbia, se converteu em realidade nesta sexta.

Barreto acertou porque a vitória por 2 a 1 sobre os colombianos foi sofrida, mas nem tanto quanto a decisão nos pênaltis diante dos chilenos. E com a vaga garantida nas semifinais da Copa do Mundo,  a equipe de Luiz Felipe Scolari já não corre mais o risco de dar um vexame em casa. Ser eliminado por uma seleção que nunca chegou a uma final de Mundial, como a Colômbia, aconteceu pela última vez com o Brasil em 1974. Na ocasião, a seleção brasileira foi desclassificada ao perder por 2 a 0 para a Holanda na última rodada do quadrangular semifinal na Alemanha. Naquele ano, os holandeses decidiram o título pela primeira vez e foram vice-campeões.

Em 2014, após eliminar Chile e Colômbia, virgens de títulos mundiais, o Brasil enfrenta a Alemanha, tricampeã e uma das favoritas para vencer o Mundial. Se chegar à final e nenhuma zebra acontecer nas próximas partidas das quartas de final, o adversário será Holanda ou Argentina, também dois favoritos e rivais tradicionais do Brasil. Nesse cenário, só haveria vexame em caso de uma estrondosa goleada na semifinal ou na final.

Além de escapar de uma vexaminosa eliminação precoce, Luiz Felipe Scolari agora tem, em tese, menos peso em seus ombros por causa da contusão que tirou Neymar da Copa do Mundo. A tendência é que a cobrança sobre o treinador seja menor a partir do momento em que ele não pode contar com o astro do time. Neymar é o artilheiro da seleção brasileira com quatro gols e brigava para ser o goleador do campeonato.

É natural que os dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sejam mais compreensivos com o treinador diante de um desfalque deste porte.

Porém, antes do jogo com a Colômbia, Felipão já era criticado nos bastidores por cartolas da confederação brasileira por não fazer o time jogar bem e por supostamente ter errado na convocação ao deixar jogadores experientes de fora. Isso porque ele mesmo admitiu em conversa com seis jornalistas na última semana que se teria feito uma convocação diferente das 23 realizadas para a Copa. No mesmo encontro, a comissão técnica afirmou que o time, recheado de jovens, sentiu o peso da disputa em casa e sofreu abalo emocional.

Apesar da evidente falta que Neymar fará, o capitão da seleção, Thiago Silva, suspenso para a partida contra Alemanha, na terça-feira, chegou a se irritar ao ser indagado sobre como superar a ausência do camisa 10. "Não tem ninguém para jogar [no lugar de Neymar]? Tem, sim, é seleção brasileira", respondeu enfezado.

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