Com as mãos, Felipão orienta time na vitória sobre a Colômbia

Paulo Passos

Do UOL, em Fortaleza

Felipão já admitiu que é pouco o que os jogadores conseguem ouvir das orientações que dá à beira do gramado. O que não o impede de seguir gritando. Foi assim no campo do Castelão, onde o viu (e orientou) o Brasil vencer a Colômbia e se classificar para a semifinal da Copa do Mundo. 

Os gritos do técnico são combinados com outra estratégia típica de Scolari. É com as mãos que ele tenta passar o que quer para os jogadores. Ele deixa-se revelar por elas. Mão no bolso ou braços cruzados significam o que de mais calmo Felipão pode ficar à beira do gramado. Foi assim que esteve nos primeiros 15 minutos do jogo.

Contra uma forte Colômbia, dona de uma campanha 100% de aproveitamento na Copa, a seleção conseguiu repetir a "blitz" da Copa das Confederações no início do jogo. Intensidade na marcação da saída de bola, faltas para parar o jogo e, claro, gol. Como o de Thiago Silva, aos sete minutos de jogo, que abriu o placar da vitória do Brasil.

A vantagem no placar fez Felipão sentar. Ficou assim por pelo menos cinco minutos. Antes, no caminho para o banco de reservas, viu Neymar errar e perder a bola numa arrancada para o ataque. Olhou para o seu camisa 10 e bateu palmas, indicando que a tentativa era válida. 

O Felipão calmo e cordial sentado no banco de reservas durou menos de cinco minutos. Como quem acorda desesperado, pulou da cadeira após Carlos Velasco Carballo marcar falta de Hulk. Com braços abertos e levantados e as palmas da mão viradas para cima foi até a linha do campo. Assim como afirmou depois de passar do Chile nas oitavas, o velho Felipão estava de volta.

À beira do campo, gritou, bateu palmas e orientou o time até o final. Apenas durante a metade do segundo tempo, o técnico se sentou para uma conversa com Murtosa. De resto, usava, como sempre, as mãos e a garganta para comandar o time.

Mãos abertas com a palma para baixo era um sinal para a equipe ter calma. Neymar, Oscar e David receberam as orientação. Dedos levantados diziam algo difícil de decifrar quando o time subia para a área e ninguém olhava para o técnico. Até quando não era visto, Felipão tinha certeza que precisava mostrar algo.

Se alguém tinha dúvida de que o velho Felipão tinha voltado, os minutos finais da partida deram a certeza que, sim, era ele mesmo, o técnico copeiro, que aposta em tudo para vencer que estava no Castelão. A prova era o movimento desesperado, cruzando os braços e as mãos abertas, sinalizando que o jogo tinha acabado. "Acabou, acabou", gritava.

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