Quem passa pela prorrogação perde o jogo seguinte. Isso é quase uma regra

Paulo Passos

Do UOL, em Fortaleza (CE)

Sorte de campeão é um clichê usado quando um time se classifica de forma dramática, em disputa de pênaltis ou na prorrogação. Quando o Brasil eliminou o Chile, você deve ter ouvido muito a expressão ao falar do time de Luiz Felipe Scolari. A verdade, porém, é outra: em Copas do Mundo, essa lenda não vale nada. Ou quase nada. Nas últimas dez vezes em que uma seleção se classificou jogando 120 minutos, apenas uma venceu a partida seguinte.

Para esperanças dos brasileiros, no entanto, essa única exceção é mais do que positiva: em 2006, a Itália foi campeã, mesmo jogando uma prorrogação antes da final. É justamente esse detalhe que o Brasil tentará reverter nesta sexta-feira, no jogo pelas quartas de final, contra a Colômbia, em Fortaleza, a partir das 17h. Após vencer o Chile nos pênaltis, depois de um empate de 1 a 1 em 120 minutos, o time de Felipão tenta ser o segundo time em dez anos a vencer um jogo seguinte à prorrogação e, com isso, chegar à semifinal do torneio.

Além do desgaste natural, a classificação contra os chilenos deixou cicatrizes no time de Felipão. Luiz Gustavo levou cartão amarelo e está suspenso. Neymar sofreu duas pancadas e passou três dias em tratamento. Todo o elenco ficou dois dias sem aparecer no campo. Scolari definiu o jogo com os chilenos como  uma "guerra". Para esta sexta-feira, espera um espírito diferente em campo.

"Colômbia é um time mais técnico que o Chile. Como equipe é bem melhor, mas joga um futebol jogador. Não existe guerra. Temos com eles jogos mais amistosos, alegres, disputados. Não tem rivalidade", afirmou Scolari. "Sem guerra nossos jogadores se sentem mais à vontade", completou.

Exemplo italiano permite sonhar

Campeã em 2006, a Itália sofreu para a chegar à decisão. Na semifinal, venceu a Alemanha, que jogava em casa, com gols nos últimos três minutos da prorrogação. Na decisão, mais prorrogação. A vitória contra a França só veio nos pênaltis.

O exemplo italiano é exceção. Uruguai e Paraguai, em 2010, Alemanha, Portugal, Ucrânia e Argentina, em 2006, e Coreia do Sul e Turquia, em 2002, viveram a decepção: se classificaram em partidas emocionantes, com prorrogação, e acabaram eliminadas em seguida. Em 98, o Brasil sentiu esse gosto. Venceu a Holanda nos pênaltis, na semifinal, mas caiu diante da França na decisão.

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