Pintar rostos chega a render R$ 500 para brasileira "poliglota"

Luis Augusto Símon

DO UOL, em São Paulo

"Vamos colocar uma cor nesse rostinho lindo?"

"Vamos pintar la carita"?

"Face painting, face painting".

Cláudia Mattos, com dois "tês", ela faz questão, não é poliglota. Apenas decorou frases para ajudar no trabalho que arrumou em dias de jogos no Itaquerão.

Com pincéis de várias grossuras, glitter e tintas de muitas cores, pintava o rosto das pessoas que chegavam ao Itaquerão, estádio de São Paulo na Copa do Mundo. "Não cobro nada, mas deixo claro que uma gorjeta é muito bem vinda". Com mais de cem trabalhos por dia, chega a faturar R$ 500.

Cláudia diz que tem suporte para fazer o trabalho. "Sou visagista formada". Visagista? "Sim, sou consultora de imagem, entendo desse assunto". Também é terapeuta capilar. "Sei como evitar a queda e como tratar de dermatites na calva".

Bem colocada na saída do metrô, não para de falar. Oferece seu trabalho como se fosse pastel de feira. "Consegui ficar aqui graças ao jeitinho brasileiro".

Dois amigos belgas chegam para fotos. Ela atende e, no final, usa mais uma frase de seu vocabulário. "Tip, please".

Após ligeira conferência, os belgas lhe deram R$ 2. Ela agradeceu, sorriu e continuou falando: vamos pintar la carita, que tal uma cor nesse rostinho, face painting, face paintigng…

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