A Copa do Mundo de 2014 foi muito movimentada para o bósnio Vahid Halilhodzic, técnico da Argélia. Além de levar a seleção africana para seu primeiro mata-mata na história do Mundial - e ficar perto de eliminar a tricampeã Alemanha -, Halilhodzic entrou em diversos conflitos com a imprensa do país.

Um dos motivos foi a conduta dos atletas no Ramadã, período sagrado da religião islâmica no qual os adeptos praticam jejum parcial. Acusado pela imprensa argelina de proibir o jejum, ele chegou a deixar uma entrevista coletiva da Fifa quando o assunto foi abordado, logo após o empate com a Rússia que levou a seleção às oitavas de final.

Nesta segunda-feira (30), após a eliminação na prorrogação com uma derrota por 2 a 1 diante da Alemanha, Halilhodzic quebrou o protocolo da Fifa e simplesmente não apareceu.

Mesmo tendo o futuro na equipe questionado - ele é sondado como novo técnico do turco Trabzonspor, e seria substituído na seleção argelina pelo francês Cristian Gourcuff -, o bósnio não foi à coletiva para tirar eventuais dúvidas sobre seu destino.

Em seu lugar, apareceram o experiente zagueiro Bouguerra, de 31 anos, e o goleiro Rais M'Bohli, escolhido o melhor do jogo. "Chegamos a esta fase da Copa muito graças a ele", disse Rais, que se esquivou de responder sobre o futuro do técnico. "Não cabe a mim esta resposta."

"Eu agradeço o que ele fez, nos deu imagem e disciplina. Temos muitas especulações. Sempre agradecemos a ele, que merece sair pela porta da frente. Fez muito para nosso país", respondeu Bouguerra, indicando a saída do treinador.

A campanha da Argélia em 2014 foi sua melhor nas quatro Copas em que disputou, chegando pela primeira vez a um mata-mata. A equipe africana ficou na segunda posição no grupo H, atrás da Bélgica e à frente de Rússia e Coreia do Sul, e encerra a competição com uma vitória, um empate e duas derrotas.