Técnico da Argélia diz que Ramadã é escolha dos jogadores e ataca imprensa
Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre
O técnico Vahid Halilhodzic, da Argélia, ficou irritado com mais uma pergunta sobre o jejum do Ramadã, que está em vigor para os muçulmanos. Segundo o comandante, os jogadores estão liberados para fazer isso e a imprensa do país africano está tentando jogar o povo contra ele. Irritado, ele disse que se mais uma questão abordasse o tema, ele deixaria a coletiva, como fez após o empate com a Rússia.
"O Ramadã já começou. Eu li em alguns jornais da Argélia fortes críticas contra mim, contra minha imagem, contra minha honra. Eles estão tentando criar ódio contra minha pessoa e minha família. Isso é horrível. Tenho nojo deste comportamento. Não é a primeira vez que tenho jogadores muçulmanos no time. Eu sou muçulmano. O Ramadã é uma questão pessoal", bradou Halilhodzic.
A reportagem do UOL Esporte recebeu relatos de jornalistas argelinos que afirmaram que o treinador proibiu os jogadores de realizarem o jejum no dia do duelo contra Alemanha. Mas Halilhodzic rejeita tal situação. A insistência no tema gerou ameaças do comandante.
"Quando se faz esta pegunta, é uma total falta de ética e respeito. Isso tem a ver com liberdade de expressão. Gostaria deste comportamento parasse por aqui, que esta polêmica tivesse fim. Vamos falar de futebol. As pessoas que continuam criticando minha ação não têm ética. E se este tema voltar a ser abordado, vou deixar a sala", prometeu.
Na última partida, contra a Rússia, o treinador deixou a sala irritado com este tipo de questão. Quando o alvo das perguntas sobre o Ramadã foi o zagueiro Halliche, nenhuma resposta foi dada. "Não podemos falar sobre isso", se limitou a dizer o defensor.
A Argélia enfrenta Alemanha às 17h de segunda-feira pelas oitavas de final da Copa do Mundo. Quem vencer enfrentará nas quartas de final o ganhador do duelo entre Nigéria e França.