Primeira ação de Marin na CBF foi dar um 'presente' para os chilenos

Paulo Passos

Do UOL, em Belo Horizonte (MG)

  • Fabrício Venâncio/UOL

    José Maria Marin assumiu a CBF em 2012 e acertou a troca da Copa América com o Chile

    José Maria Marin assumiu a CBF em 2012 e acertou a troca da Copa América com o Chile

Rivais em campo neste sábado no Mineirão, Brasil e Chile são aliados nos bastidores do futebol. Há dois anos, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a ANFP (Asociación Nacional de Fútbol Profesional de Chile) acertaram uma troca pelo direito de receber a Copa América. Sede da edição do torneio em 2015, o Brasil abriu mão do direito para os chilenos. Em 2019, a competição deve acontecer no país.

O acordo foi selado duas semanas após José Maria Marin assumir a entidade, em março de 2012. Após um jantar na casa do cartola, no bairro dos Jardins, em São Paulo, Sergio Jadue, presidente da ANFP, acertou a troca.

A troca fez parte de uma costura política para levar o principal aliado e sucessor de Marin, Marco Polo Del Nero, ao Comitê Executivo da Fifa. O cartola paulista substituiu o posto que era de Ricardo Teixeira, que renunciou ao cargo em 2012, após deixar a CBF em meio a denúncias de corrupção.

A vaga no comitê da entidade máxima do futebol pertence à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), que define em colegiado quem é indicado para o posto. Após Teixeira deixar o cargo houve um movimento para que um representante de outro país que não o Brasil fosse o escolhido para representar os sul-americanos. Chilenos e uruguaios apoiavam a mudança. Com a troca, a CBF conseguiu esvaziar o movimento.

Antítese de Marin

Aliado de Marin na Conmebol, o presidente da federação chilena é a antítese do cartola brasileiro. Com 35 anos, Sergio Jadue assumiu a entidade prometendo mudanças, diferentemente de Marin, 82 anos, que disse desde o início que seu mandato seria de continuidade à gestão Ricardo Teixeira.

Jadue criou um código de ética para os dirigentes de futebol e mudou o formado do campeonato nacional, diminuindo o número de 18 para 16 clubes participantes. O discurso e a ação foram de mudança desde o princípio.

O chileno assumiu o cargo após uma eleição em que ele era candidato da oposição, em 2011. A sua chegada resultou na saída de Marcelo Bielsa. Claudio Borghi assumiu no seu lugar, mas ficou cerca de um ano no cargo. Foi justamente com um discípulo de Bielsa, o argentino Jorge Sampaoli, que a seleção se encontrou e o cartola conseguiu o que ainda faltava conseguir na sua gestão: os resultados dentro de campo.

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