Para o Brasil, é melhor ter pênaltis apenas no tempo normal

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Belo Horizonte

O Brasil é favorito para vencer o Chile no Mineirão, neste sábado, às 13h. Mas e se algo der errado e a partida for para os pênaltis? O histórico dessa geração mostra um trauma recente nas disputas na marca da cal. Retrospecto bem diferente daquele apresentado no tempo normal.

Desde 2010, o Brasil bateu 19 pênaltis, dez deles durante os 90 minutos. O aproveitamento das cobranças no tempo normal é bom: 80% das chances foram convertidas. Nos últimos quatro anos, só Neymar, contra a Colômbia, e Ronaldinho Gaúcho, diante da Inglaterra, erraram suas cobranças.

O problema é que na primeira vez que teve de decidir algo nos pênaltis, o Brasil fez feio. Em 2011, ainda sob o comando de Mano Menezes, a seleção jogou a vaga na semifinal da Copa América daquele ano na marca da cal, contra o Paraguai. Elano, Thiago Silva, André Santos e Fred erraram e aquela equipe passou vergonha na primeira competição oficial deste ciclo.

"Os jogadores foram escolhidos entre aqueles que têm bom desempenho e ao longo de suas carreiras são referências de cobranças de penalidades, sob pressão. Não entendo que tenha faltado controle emocional para os jogadores", tentou explicar Mano Menezes à época.

As explicações do treinador pouco adiantaram. O Brasil só voltaria a uma disputa de pênaltis um ano depois, no último jogo de Mano no comando da seleção brasileira. No Superclássico das Américas, na Argentina, Diego Cavalieri pegou uma, Montillo bateu para fora e a seleção foi campeã, mas o título durou pouco.

Bom mesmo é o desempenho do Brasil, de novo, no tempo normal. Desde 2010, a seleção teve seis pênaltis contra si durante os 90 minutos, e em três oportunidades saiu ilesa. Em 2011, Jefferson pegou uma cobrança do mexicano Guardado. Na Copa das Confederações do ano passado, Júlio César defendeu a cobrança de Forlán, do Uruguai, e viu Sergio Ramos bater a última chance da Espanha naquela final para fora.

Se as cobranças forem necessárias de novo neste sábado, porém, a seleção estará preparada. Ainda que não faça disso uma obsessão, Felipão tem treinado as cobranças com alguma frequência desde o início da preparação. Na última sexta, o fundamento foi trabalhado novamente, mas a portas fechadas.

Oficialmente, os cobradores da seleção são Neymar, Fred, Marcelo e David Luiz, mas o próprio Felipão admite que essa "escalação" não é fixa, até porque o zagueiro pode não atuar contra o Chile. "Quando chegar na hora é que tem de saber", disse ele no início dos trabalhos, antes do amistoso contra o Panamá, em Goiânia, quando deu a lista de possíveis batedores. 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos