Maracanã vive sua 'revanche' e uruguaios se calam na disputa de pênaltis

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio Janeiro

  • Julio Cesar Guimaraes/UOL

    Uruguaios assistiram ao jogo do Brasil no Maracanã, onde o time pega a Colômbia pelas oitavas, às 17h

    Uruguaios assistiram ao jogo do Brasil no Maracanã, onde o time pega a Colômbia pelas oitavas, às 17h

Não havia as 200 mil pessoas da final de 1950, no máximo um contingente que variou entre 5 mil e 15 mil. Mas os torcedores voltaram a assistir a um jogo do Brasil na Copa no Maracanã como se estivessem em Belo Horizonte, mesmo que fosse apenas pelos telões do estádio. Teve aquele sofrimento suspenso na bola na trave de Pinilla, apoio a Júlio César, gritos de "sou brasileiro" e, claro, muita tensão. E havia ainda os uruguaios como rivais, como há 64 anos.

A Fifa (Federação Internacional de Futebol) abriu o estádio com 4 horas e meia de antecedência para que a torcida brasileira chegasse antes e assistisse à partida. A ideia não vingou para a maioria daqueles que compraram ingresso. Quando começou a partida, o estádio estava quase deserto e, óbvio, quase silencioso.

Do meio para o final do primeiro tempo, os brasileiros passaram a ocupar o Maracanã, assim como os uruguaios do lado direito da tribuna de imprensa. E começou uma certa disputa por gritos, ainda mais que os brasileiros eram mais numerosos do lado em que se concentravam os colombianos.

Os gritos de "sou brasileiro com muito orgulho" eram tímidos. Mas, pescoço para cima para acompanhar em um dos quatro telões do Maracanã, os torcedores reagiam a cada lance. Festejaram no gol de David Luiz  - Jara, contra, na verdade, mas a Fifa deu para o zagueiro brasileiro -, e silenciaram com Sanchez empatou.

Do lado uruguaio, os tradicionais gritos pela Celeste, além de homenagens ao banido Luis Suárez. Não havia provocação ao Brasil, mas suas manifestações eram caladas por vaias.

A substituição de Fred foi vaiada e aplaudida ao mesmo tempo, em uma mistura de opiniões e reações de torcidas de Fla e Flu. Júlio César foi o único a ter o nome gritado, principalmente pelos rubro-negros, quando fez defesa salvadora.  E cada vez que os uruguaios levantavam a voz eram vaiados.

Com a tensão do jogo, o Maracanã repetia 50 e ficava silencioso, de novo, embora já houvesse mais gente nas arquibancadas. A tensão só era quebrada pelos colombianos, festivos, que chegavam à arena. Só um gesto com pedido de apoio de Hulk gerou reação dos brasileiros. E o estádio inteiro feio um "huuuuu" daqueles mais longos quando a bola de Pinilla estourou na trave aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação.

Até que chegou a disputa de pênaltis. Verdade seja dita que os uruguaios estavam torcendo contra o Brasil, mas não de forma exaltada. E os colombianos eram neutros. Quando começou a disputa de pênaltis, só se ouviam os festejos e os lamentos dos brasileiros, que vibraram enlouquecidos com o erro de Jara. Neste momento, os uruguaios estavam calados à espera de seu confronto diante da Colômbia.

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