Brasil pode não saber de Copa, mas sabe muito de mata-mata
Gustavo Franceschini, Paulo Passos e Ricardo Perrone
Do UOL, em Belo Horizonte
Durante quatro anos a geração atual conviveu com uma dúvida: "Como eles vão reagir quando chegar a hora da decisão em uma Copa do Mundo?". Os jogadores da seleção brasileira são, de fato, inexperientes no torneio, mas não se pode dizer que eles não conheçam mata-mata. Só os titulares do time, por exemplo, somam cerca de 60 títulos nesse formato de competição.
A lista de conquistas é extensa e varia de acordo com a formação que Luiz Felipe Scolari usará neste sábado, contra o Chile, no Mineirão, quando o Brasil começar a decidir a sua Copa do Mundo. Se usar Fernandinho no meio-campo, são 62 títulos, contra 59 na versão de escalação com Paulinho.
A diferença é quase simbólica, dado o tamanho do rol de conquistas do grupo. Os mais experientes, obviamente, puxam a fila. Daniel Alves, principal representante brasileiro no Barcelona que dominou a Europa nos últimos anos, levantou 12 taças no mata-mata. Júlio César, entre Flamengo e Inter de Milão, conquistou outras 11.
Outros, apesar de mais jovens, também ostentam suas conquistas. Neymar, Oscar e Paulinho, por exemplo, já tiveram a chance de vencer a Libertadores, enquanto Thiago Silva e Fernandinho chegaram até a final. Isso tudo sem contar as conquistas que o grupo conseguiu pela própria seleção brasileira. O time atual, por exemplo, é praticamente o mesmo que ganhou a Copa das Confederações no ano passado.
Ao todo, os jogadores da seleção somam seis Ligas dos Campeões e três Libertadores, além de quatro Mundiais e seis Ligas Europa (ou Copas da Uefa, formato anterior ao que existe atualmente). São conquistas respeitáveis para um time que soma apenas dois jogos de mata-mata na Copa do Mundo, justamente os dois da última edição, quando Júlio César e Daniel Alves estiveram em campo.
Uma eliminação nas oitavas, como será neste sábado caso o time seja surpreendido, não é comum para essa seleção. Ao longo da carreira, o time titular do Brasil caiu nessa fase em 28 oportunidades, ou seja, em menos da metade do número de vezes que conquistou o título.
O retrospecto pode ser indiferente para Felipão, que não é dado a ligar para tabus ou freguesias, mas a experiência dos jogadores certamente passa confiança ao treinador. Se o elenco tem tarimba em competições eliminatórias, o treinador reúne as conquistas de clubes ao histórico em Copas do Mundo, já que foi, no mínimo, semifinalista nas duas edições do torneio em que trabalhou.
"É normal que a gente sinta algum incômodo, alguma ansiedade, principalmente em mata-mata, quando a gente não pode errar e perder. É normal que fique mais assustado e nervoso. A gente sabe que a cada fase que a gente passa a gente tem mais chance", dá a receita o treinador.
Veja, nos boxes abaixo, exemplos de jogadores da seleção que foram decisivos: