Com novo vexame próximo, Portugal vive drama: precisa da mão brasileira?

Do UOL, em São Paulo

A seleção de Portugal não tem títulos no futebol internacional. Suas melhores campanhas são um vice da Eurocopa que sediou, em 2004, e um terceiro lugar em Copa, em 1966. Está apenas em sua sexta participação em Mundiais. E novamente prestes a passar vergonha. Uma dúvida surge: Portugal precisa de uma "mão" do Brasil?

Não, ninguém quer que o país que sedia a Copa-2014 dê uma ajudinha para os portugueses nesta quinta-feira, quando encaram Gana em Brasília. É que nas únicas duas boas campanhas do país em Copas, no banco estavam técnicos brasileiros. E se isso for fundamental para Portugal apresentar um futebol minimamente digno?

O time atual, assim como o das últimas duas Copas, conta com Cristiano Ronaldo, um dos melhores jogadores de sua geração. E o máximo que conseguiu foi um 4° lugar, em 2006, quando o atacante ainda era uma promessa e contava com apoio de Deco e Figo. Mas lá, no banco, estava Luiz Felipe Scolari.

O técnico é idolatrado em Portugal até os dias de hoje. Ele assumiu o time após vexame na Copa de 2002, quando Portugal contava com Figo, eleito melhor do mundo em 2001, e mesmo assim caiu na primeira fase, com derrotas vexatórias para EUA e Coreia do Sul.

Scolari assumiu o time e chegou à decisão da Euro-2004, quando perdeu para uma Grécia que fez história. Na Copa, porém, fez o time mostrar bom futebol: ganhou de Angola, México e Irã na primeira fase, eliminou a Holanda nas oitavas em um dos jogos mais violentos da história das Copas, com raça, e tirou a Inglaterra nas quartas nos pênaltis, mostrando que não tremeria em momentos decisivos.

A queda para a França ocorreu apenas com gol de pênalti de Zidane, e a derrota para a Alemanha na disputa de 3° lugar veio para um time simplesmente melhor. 

Na Copa de 2002, a anterior a Felipão, treinava o time o português Antonio Oliveira. Em 2010, a primeira sem Scolari, Carlos Queiroz era o comandante. Queda nas oitavas de final, com futebol fraco. Coincidência?

Amy Sancetta/AP Photo
Paulo Bento foi jogador no vexame de 2002, e treina o time que pode cair na primeira fase de 2014.

No passado, a mesma situação. Portugal mostrou ótimo futebol com Eusébio, em 1966. O mentor do time que eliminou o Brasil na primeira fase, virou para cima da Coreia do Norte de forma espetacular (4 a 3) nas quartas e derrotou a URSS pelo 3° lugar? Otto Glória, brasileiro nascido no Rio de Janeiro. De novo, o toque do futebol jogado no Brasil levado para Portugal.

Em 1986, sem esse toque, nova campanha desastrosa: última colocação em grupo com Marrocos, Polônia e Inglaterra, além do chamado Caso Saltillo. A cidade mexicana na qual os portugueses se concentraram deu nome ao caso que teve desde greve dos jogadores, com recusa a treinar, a rumores de casos com profissionais do sexo em meio à preparação. O técnico? O português José Torres...

Cristiano Ronaldo e companhia podem mudar essa história. Com um português no banco, precisam bater Gana e torcer para os EUA perderam para a Alemanha (ambos os jogos às 13h desta quinta), além de tirar a distância no saldo de gols: Portugal tem menos quatro de saldo, enquanto os EUA tem um gol positivo.

Possível é. Mas um fator fundamental na história do futebol português inexiste: a mãozinha brasileira no banco. Por milagres como tornar a seleção portuguesa grande, talvez essa mão seja mais do que necessária.

Milton Neves: Portugal não tem chance; Gana e EUA disputam a vaga

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